O goleiro Hélton, do Porto, tem investido cada vez mais em uma nova carreira: a de músico e produtor. Além de possuir estúdios no Brasil e em Portugal, o jogador é o baterista da banda H1 e também pretende atuar como cantor. Apesar dos investimentos e do profissionalismo alcançado com o passar dos anos, a música entrou definitivamente na vida do jogador graças a um pedido inusitado de um operário que trabalhava na reforma do estádio São Januário, no Rio de Janeiro.
- Foi no Vasco (que tudo começou). Eu morava na concentração e o estádio estava em obras. Um rapaz que trabalhava lá pediu para trocar uma camisa minha por um pandeiro. A partir dali passei a me interessar mais pela música - explicou em entrevista por telefone.
O lado baterista de Hélton ganhou força através de um outro episódio curioso. O goleiro reconhece que nunca foi um especialista no assunto, mas como bom brasileiro, nunca intimidou-se com os desafios.
- Sempre fui enxerido. Na verdade eu não sei tocar nada, vou metendo a cara. O pessoal tinha a banda e me dizia que só faltava o baterista, para eu ir e tocar. É igual ao futebol, sempre falta o goleiro e dizem: "Vai lá, é você!".
Apesar de conseguir conciliar o futebol com a música, nem sempre a agenda é generosa.
- A própria banda sabe que minha prioridade é meu trabalho profissional, e que por isso eu posso investir na música. Mas tenho um amigo, o Pedrinho do Recife, que ajuda e assume quando temos um show próximo à data de um jogo importante - destacou.
O maior desafio na carreira artística do camisa 1 dos Dragões aconteceu no fim de 2010. Hélton participou da gravação de um DVD do Ministério Shalom na Casa da Música, a principal casa de espetáculos da cidade do Porto. Jogadores e dirigentes do clube foram convidados, mas o brasuca não esperava contar com a presença dos amigos. Entretanto...
- Muitos não conheciam esse meu lado músico e no fim foi todo mundo, até o presidente apareceu. Hoje em dia eles já se acostumaram com esse meu lado maluco - brincou.
O histórico presidente Pinto da Costa, que está à frente do Porto desde 1982, brincou com a atuação do goleiro fora das quatro linhas.
- Ele já conhecia essa minha façanha. Sempre carreguei cavaquinho e violão na concentração, mas ele brincava dizendo que nunca ouvia o som. Eu sempre fui discreto, tocava no meu quarto. Após o show ele disse que ficou surpreso por me ver na bateria e disse que só faltou colocar as luvas - lembrou o artista Hélton.
O atacante Hulk é um dos fãs mais fervorosos do trabalho musical de Hélton e já declarou que o amigo é tão bom na bateria quanto no gol. O ex-jogador do Vasco, no entanto, prefere manter a humildade.
- Ele diz isso porque é meu amigo - divertiu-se.
Quando encerrar a carreira, o foco será voltado completamente para a música.
- Tenho pensado bastante nisso. Tenho dois sócios, estamos conversando, investindo, mas não é fácil - ponderou.
Fonte: GloboEsporte.com