O arbitral convocado pelo presidente da Federação de Futebol do Rio de Janeiro (Ferj), Rubens Lopes, abriu a discussão para encontrar soluções pela volta do público aos estádios no Campeonato Carioca. A fórmula de disputa, o número de clubes e até a proibição da cerveja estarão entre os dez itens de uma pesquisa contratada pela entidade para descobrir o motivo que leva o torcedor a não ir aos locais dos jogos.
Em 2013, a fómula de disputa e o número de clubes participantes serão mantidos, pois o regulamento deste ano já contém acesso e descenso previstos, o que impossibilitaria a mudança o formato de um ano para o outro. Qualquer decisão das próximas reuniões para essas situações só será colocada em prática em 2014.
Rubens Lopes também pediu aos representantes dos clubes presentes que enviem propostas para mudanças na competição. Os de menor investimento entregaram um manifesto pedindo para que a fórmula e o número de clubes sejam mantidos.
- Não podemos rejeitar as mudanças. Peço aos clubes que reflitam e não sejam impermeáveis a isso. Queremos mudar para melhor, mas com um estudo criterioso. Não cabe um "acho que" num problema tão sério e importante como esse - explicou Rubinho.
Durante a reunião, o presidente da Ferj apresentou uma série de gráficos, tentando provar o sucesso do Campeonato Carioca. Havia comparações no desempenho de público dos clubes na competição e no Campeonato Brasileiro. Representante do Fluminense, o advogado Mário Bittencourt contestou.
- Em 1999, num campeonato de dez clubes, a média de público foi de 27 mil pagantes. Havia uma promoção, em que você comprava o ingresso na banca de jornal. Esses números foram dos times campeões ou que chegaram à final. O que nós precisamos é de uma pesquisa de publicidade para saber quanto vale o campeonato. Claro que com três clubes na Libertadores, o Carioca fica mais desinteressante. Mas esse é um mérito da federação - comentou Mário.
Representantes de todos os clubes estiveram presentes. Dos quatro grandes, apenas o presidente do Fluminense, Peter Siemsen, não compareceu. Dos pequenos, a voz ativa foi de Elias Duba, presidente do Madureira, um dos que estão há mais tempo no cargo.
- Já jogamos com diversas fórmulas desde 1992, vi todo tipo de discussão. Sempre vinha um presidente com a nova descoberta. Passamos a 16 clubes porque os grandes estavam com dificuldades de chegar às semifinais com 12. A TV pagou a eles para colocar esses quatro participantes a mais. O que não pode é um funcionário de clube ou um jogador ficar querendo bancar uma fórmula ou reclamando de higiene - condenou Duba.
Há previsão de uma nova reunião em breve para discussão do resultado da pesquisa e a apresentação de sugestões. A presidente do Flamengo, Patrícia Amorim, também cobrou uma maior ajuda do Governo do Estado, uma das maiores reclamações dos clubes pequenos.
- A gratuidade nos estádios não é paga aos clubes pelo Governo. Deveria haver uma lei sobre isso. Peço ao presidente Rubens Lopes que encampe essa ideia. O clube é conteúdo do espetáculo. Dar ingresso dá muito voto - questionou Patrícia.