Como bem destacou Roberto Dinamite em seu pronunciamento sobre Carlos Alberto após o empate em 1 a 1 com o Resende, o meia volta ao Vasco sem pompa e circunstância. Sem apresentação ou coletiva que justificasse a chegada de um novo reforço, o jogador será reintegrado sem honras do ídolo que em 2009 conduziu o cube na campanha da Série B do Brasileiro. A maior prova disso está na numeração do uniforme. Carlos Alberto perde a camisa 19 – seu amuleto desde 2004.
O diretor de futebol Daniel Freitas confirmou que a camisa 19, hoje usada por Nilton, não será devolvida ao meia. Carlos Alberto carrega no corpo a superstição. Além da tatuagem no braço, tem o número no fundo da piscina de sua casa e por onde passou exigiu a numeração. Vestiu a 10 somente no Fluminense, pois era com a 19 que cultivava suas crenças de uma carreira vencedora.
Fez o gol do título do Porto na Liga dos Campeões aos 19 anos, foi campeão brasileiro pelo Corinthians em 2005 com o mesmo uniforme. Seu primeiro filho, Lucca, nasceu prematuro, com 1,9 quilos. Por tudo, o 19 sempre esteve presente na vida do jogador.
Desta vez, porém, seu pedido não será atendido. Aliás, nem houve tempo para este tipo de conversa. Carlos Alberto volta a treinar com os companheiros na manhã desta terça-feira, em São Januário. O assunto ainda não foi discutido entre as partes, mas Daniel já antecipa que caberá a ele a camisa que não estiver sendo usada pelo elenco.
“A 19 é do Nilton, e não vamos trocá-la. Vamos ver uma numeração que esteja sobrando e a daremos a ele. Por que não pensamos nisso ainda? Porque isso não é uma prioridade e nem tem tanta importância no momento. O Vasco não vai alterar a sua numeração”, explicou o diretor de futebol.
Em tempo: se o clube quisesse, mudaria a numeração, pois agiu assim com Juninho Pernambucano no ano passado. O número 8, que pertencia a Eduardo Costa, foi cedido ao Reizinho em seu retorno ao Vasco depois de dez anos.
O fato de não devolver ao meia sua camisa preferida significa que ele está no time, mas vai brigar pela posição, não terá privilégio e precisa trabalhar muito para ter espaço num grupo desde 2011 vem animando a torcida.
Carlos Alberto foi afastado e dispensado no fim de janeiro do ano passado após discutir e quase chegar às vias de fato com o presidente Roberto Dinamite após a derrota de 3 a 1 para o Boavista, pelo Carioca. Foi emprestado ao Grêmio e depois ao Bahia. Neste período, andou usando as redes sociais para criticar abertamente Dinamite. De volta ao cube em janeiro deste ano, já que seus direitos pertencem ao clube até 2014, treinava separado do grupo.
Com salário de R$ 290 mil mensais, o clube acabou achando melhor reintegrá-lo também para não ter seu patrimônio desvalorizado, já que não conseguiu vendê-lo nem emprestá-lo. Na última sexta-feira, o jogador e Dinamite tiveram, pela primeira vez, uma reunião para se buscar um entendimento. No domingo, o presidente anunciou a volta do meia, que volta, mas sem o prestígio de antes.
Fonte: IG