Em fevereiro, Humberto Quintas, sócio e torcedor do Club de Regatas Vasco da Gama, levou a paixão pelo seu clube a uma dimensão mais elevada.
Humberto decolou a partir do deserto de Nevada (EUA), de um Boeing 727 adaptado, denominado G-Force One, para uma série de vôos parabólicos, nos quais a gravidade chega a zero por alguns minutos, dando aos passageiros a mesma flutuação dos astronautas no espaço. As parábolas são executadas entre sete e onze quilômetros de altitude, por pilotos altamente treinados, e representam a única forma de alcançar micro-gravidades e flutuação completa sem que se deixe a atmosfera do nosso planeta.
Durante todo o trajeto, Humberto Quintas carregou uma bandeira do Vasco e esteve vestido com o uniforme do clube. Além de atingir a chamada "zero G", os tripulantes do G-Force One também experimentaram a mesma gravidade de Marte (um terço da gravidade da Terra) e da Lua (um sexto da gravidade terrestre).
Desta forma, o Vasco tornou-se o primeiro clube brasileiro a ter sua bandeira "flutuando" em gravidade zero e outras micro-gravidades.
A experiência com gravidade zero foi parte do treinamento para um vôo espacial sub-orbital (mais de cem quilômetros de altitude) no qual Humberto Quintas negocia participação. O vascaíno, que tem dupla cidadania luso-brasileira, vive a expectativa de ser um dos primeiros "turistas espaciais" (astronautas civis) de ambos os países. E faz planos para o grande dia:
"Flutuar em 'zero G' já foi maravilhoso, uma sensação indescritível, a realização de um sonho de infância. Todos deveriam ter a oportunidade de viver essa experiência. A meta principal será ver a Terra a partir do espaço. Quando este dia chegar, pretendo ter o escudo do Vasco preso ao meu traje espacial. Se Deus quiser, o Vasco será o primeiro clube brasileiro a alcançar o espaço, junto comigo, o que espero que aconteça em um futuro próximo. Os vôos particulares atualmente disponíveis não ultrapassam a fronteira de cem quilômetros, chegam no máximo à estratosfera, mas a tecnologia privada está se desenvolvendo rápido", explicou.
Humberto Quintas cumprirá, em julho, outra etapa de treinamento para o almejado vôo espacial, quando fará, a partir de Moscou, um vôo até a estratosfera, a bordo de um caça militar Mig-29.
Esse carioca de 32 anos, executivo de uma empresa multinacional, possui um surpreendente medo de altura e explica o papel dos símbolos vascaínos nas suas aventuras:
"O Vasco sempre representou a igualdade, o combate aos preconceitos, o repúdio ao racismo, a integração entre povos diferentes. Espero passar esta mensagem, de união, independente de torcidas ou diferenças clubísticas. Além disso, os símbolos do clube são como amuletos, trazem-me sorte e ajudam-me a superar a vertigem."
E conclui, bem-humorado:
"Lá do alto, os rivais do Vasco parecem ainda menores", diverte-se o "astronauta vascaíno".