Em janeiro de 92 me preparava para a Taça São Paulo de juniores, havia treinado muito para o campeonato, aquela era a chance de subir para o profissional. Quando eu iria embarcar tive uma decepção que veio seguida de uma alegria. Fui comunicado que não viajaria, o que me deixou frustrado. Eu queria ser campeão, tínhamos um timaço e que por sinal foi o campeão, mas o motivo do meu corte era especial, eu deveria me integrar imediatamente aos profissionais.
A minha estreia foi no dia 26 de janeiro daquele ano contra o Corinthians, ganhamos por 4 a 1. Foi um dia mágico, sabia que a minha vida iria mudar, tinha realizado o sonho de me tornar um jogador. Eu podia ajudar o Vasco em campo e queria muito ser campeão, logo aquele ano tive a alegria de conquistar o Carioca.
Cinco anos após a minha estreia, conquistamos o Brasileiro de 97, temporada que eu não imaginava que teria uma proporção tão grande em minha vida. Vou falar mais sobre isso amanhã, mas entre tantas alegrias com o Vasco, a maior e que eu considero a mais importante foi o reconhecimento do torcedor. Eles sempre souberam eu que dava tudo de mim em campo, independentemente do campeonato ou do adversário. Fico muito feliz quando ouço torcedores dizendo que sou um exemplo de vascaíno e que eu amo o clube. Fico muito mais feliz do que quando falam de um gol, jogo ou título que participei.
Esses torcedores têm razão. Amo muito o Vasco, mas foi por nunca precisar ficar repetindo isso que este reconhecimento me faz tão bem. Não sei dimensionar o tamanho do meu amor, é algo difícil de explicar.A gente sofre, luta, chora, briga, se emociona e é feliz com o time do coração. Clube de futebol é algo que entra e fica até o fim das nossas vidas, nunca vai embora. É como se fosse alguém da família, é um amor incondicional.
Sei que o clube está preparando uma festa para a torcida. Quero estar bem e mais uma vez deixar tudo em campo: a minha vontade, o meu sangue e o meu coração.
Um grande abraço e até lá.
Edmundo
Fonte: Blog Despedida do Animal - Lancenet