Além da expectativa pela vitória num duelo direto pela liderança do grupo, a torcida que chegou a São Januário nesta quarta-feira mostrou um outro sentimento. Empenhados em dizer não ao preconceito, os vascaínos fizeram um protesto pacífico contra a manifestação racista de torcedores do Libertad após a partida de uma semana atrás, em Assunção. Como foi o caso de Adriane Costa e Bruno Meirelles, que pintaram seus rostos.
Desde quando os portões de São Januário foram abertos foi possível observar um grande número de pessoas com o uniforme de cor preta, lançado em 2011, que celebrou o pioneirismo do Vasco entre os clubes de futebol do Brasil ao permitir jogadores negros e de baixa renda em seu time na década de 20 do século passado.
- Somos um casal interracial que sofre com essa questão, mas nosso objetivo é transmitir aos paraguaios o ideal do Vasco. Ficamos indignados quando soubemos o que o Dedé e o Renato Silva sofreram no último jogo - disse Bruno Meirelles.
Também foi confeccionada uma faixa na qual está escrito em espanhol: “O racismo não fará ganhar a Copa”.
O capítulo negativo antes de a bola rolar foi a recepção hostil ao ônibus do time do Libertad, que foi atingido com pedras e latas na chegada a São Januário. A Polícia Militar teve que usar o gás de pimenta para contornar a situação.