Diante da renúncia de Ricardo Teixeira, o Rio de Janeiro saiu na frente na articulação por mudanças na CBF que favoreçam os clubes. A ideia do grupo liderado por Márcio Braga, ex-presidente do Flamengo, culmina na criação de uma liga independente.
Os quatro grandes clubes do Rio se uniram para a formatação de uma agenda comum de reivindicações. Um jantar na segunda-feira, na casa de Márcio Braga, definiu os pontos a serem cobrados.
A proposta demonstra o interesse dos clubes em terem relevante papel nas decisões da CBF, como, por exemplo, apresentarem candidatura à entidade sem a necessidade do apoio das federações.
Hoje, para concorrer ao cargo, é necessário o apoio de, no mínimo, oito federações, o que praticamente inviabiliza a participação dos clubes.
O grupo propõe ainda que o mandato da presidência seja limitado em quatro anos, com possibilidade de uma reeleição. Além disso, pede que os clubes tenham direito a voto nas Assembleias Ordinárias da entidade.
A participação seria estendida a todos os clubes filiados à CBF, e não apenas aos da Série A, como prevê atualmente o estatuto.
Ao mesmo tempo, a ideia é tomar da entidade a organização das competições nacionais. A responsabilidade ficaria a cargo de uma liga de clubes que seria criada, com o consentimento da CBF e embasada em seu estatuto.
No entanto, as conversas são ainda informais. Cartolas do Fluminense devem organizar em breve uma nova reunião com os outros três clubes, para definir ações e unir os quatro grandes em prol da reforma. Só depois dos cariocas estarem afinados é que buscarão apoio dos grandes clubes de São Paulo, Minas Gerais e Rio Grande do Sul.
- Tinha de ocorrer algo para resgatar os clubes, que são os protagonistas do futebol. Deveriam ter grandeza para se reunirem de novo, tratarem diferenças e retomarem a ideia da liga nacional. Sem confronto, talvez até em parceria com a CBF - afirmou Paulo Odone, presidente do Grêmio.
Ex-presidente do Flamengo e candidato derrotado na eleição à presidência do Clube dos 13, em 2010, Kleber Leite será chamado para fazer parte do processo.
- Quem tem de liderar esse processo é quem está na ativa. Isso compete aos presidentes de clubes, aos que estão na Primeira Divisão somando-se aos tradicionais, como o Vitória. Mas vou ajudar no que for preciso - disse.
Fonte: Lancenet