Para o Vasco, voltar à Libertadores após 11 anos é também recordar o que aconteceu há 14. O título que ainda é exaltado pelos torcedores está muito perto. Aliás, logo ao lado. A poucos metros de onde a delegação se hospedou para o jogo contra o Libertad, em Assunção, nesta quarta-feira, está o Museu do Futebol Sul-Americano, construído pela Conmebol. Nele há um espaço dedicado aos campeões da Libertadores, e a exposição recorda o título de 1998.
Numa das fotos expostas está um garoto que tinha 20 anos. Então com cavanhaque e topete, Felipe era uma grata revelação das categorias de base do Vasco. Hoje com cabelos mais ralos e alguns fios brancos na barba, é o jogador que representa o desejo do clube de reviver aquela emoção. Mesmo sem poder deixar o hotel para visitar o museu por decisão da diretoria do clube, Felipe olhou sua foto posada ao lado de Odvan, Mauro Galvão e Donizete com a taça e brincou.
- Nessa foto hoje eu seria o Donizete e o Juninho seria o Mauro Galvão. Naquela Libertadores eu era o garoto da turma. Um jovem lateral que ainda buscava seu espaço no futebol. Aprendi muito com os mais experientes e hoje procuro transmitir minha experiência àqueles que estão começando. Conquistar aquele título aos 20 anos fez me projetar e encurtar o caminho até a Seleção Brasileira. Agradeço muito ao Vasco por tudo isso - disse.
Embora esteja na etapa final da carreira, Felipe garante ter a disposição de um iniciante para brigar por mais uma Libertadores pelo Vasco. Ele espera poder em breve retornar a Assunção podendo entrar no museu e observar mais uma sessão dedicada a uma conquista internacional do time.
- Meu tempo é mais curto para conseguir esse objetivo, os garotos têm mais possibilidades. Mesmo assim, a motivação é grande para que haja mais fotos nossas nesse museu.
Apesar do empenho, Felipe sabe que o Vasco terá em 2012 um caminho ainda mais complicado para repetir o feito de 1998. Segundo o meia, a Libertadores atual tem um grau de dificuldade maior. No entanto, reafirma sua confiança na capacidade do grupo comandado por Cristóvão Borges.
- O nosso confronto contra o River Plate foi considerado a final antecipada, já que naquela época as equipes de Brasil e Argentina eram de um nível muito superior ao de times como o Barcelona de Guaiaquil, nosso adversário na decisão. Hoje o futebol sul-americano está mais evoluído. Chilenos, paraguaios e uruguaios têm muitas chances de vencer. Mesmo assim, confio no nosso grupo e acredito que podemos chegar novamente a esse título - disse.