O Vasco causou surpresa ao apresentar Franck Assunção como diretor executivo nessa quinta-feira. Ao descrever sua experiência, ele disse que passou os últimos 18 anos na Europa e que trabalhou como consultor no Ascoli, da Itália, e exerceu no Chiasso, da Suíça, o mesmo papel que terá no Vasco. No entanto, os dois clubes negam essa informação.
- O senhor Franck Assunção se aproximou do nosso clube como procurador de jogadores brasileiros, fingindo conhecer importantes investidores brasileiros interessados em até comprar o nosso clube. O senhor Assunção nunca ocupou nenhuma função em nossa sociedade, portanto, pedimos a ele e a vocês que não associem seu nome ao nosso clube - disse o diretor esportivo e administrativo do Chiasso, Riccardo Bellotti, por e-mail.
No Ascoli, a assessora de imprensa Valeria Lolli entrou em contato com membros da diretoria para buscar informações sobre o trabalho de consultor de Franck Assunção. No entanto, também não obteve sucesso.
- Eu não o conhecia, então fui perguntar para as pessoas da diretoria. Ninguém o conhece. Absolutamente, não, ele não trabalhou no clube - afirmou Lolli, por telefone.
Em seu Facebook, o novo dirigente vascaíno exibia uma foto em frente a um painel do Chiasso. Porém, ele apagou o seu perfil nesta quinta-feira.
Questionado sobre as negativas dos clubes europeus, o presidente do Vasco, Roberto Dinamite, preferiu dar um voto de confiança ao novo dirigente.
- De antemão, eu acredito nas pessoas. Claro que precisamos estar atentos a tudo, mas o importante é que a pessoa tenha a capacidade para exercer a função para a qual foi contratada. Não conversamos (por apenas) um dia, mas por quase dois meses, e o vejo como uma pessoa séria. Acredito em seu trabalho e acho que julgar e analisar se é bom ou ruim compete ao clube. Além disso, a chegada dele está associada ao que já fazemos no Vasco. A ideia é dar continuidade. É um direito nosso contratar uma pessoa de quem temos boas referências e na qual confiamos - afirmou o presidente.
No Vasco, Franck Assunção chega para trabalhar com Daniel Freitas, que ocupa o cargo desde o início do ano em substituição a Rodrigo Caetano, hoje no Fluminense. A expectativa dos dirigentes é que o novo diretor executivo consiga contrato com uma empresa internacional para substituir a Eletrobras - cujo patrocínio chega ao clube por meio de ações na Justiça, já que há dificuldade em conseguir certidões negativas de débito com a União, obrigatórias num vínculo com uma estatal.
Em sua apresentação, ao lado de Dinamite e do vice de futebol José Hamilton Mandarino, Franck Assunção pouco falou. E esqueceu na sala de imprensa algumas folhas de papel com o discurso que planejava usar, definindo sua maneira de atuar como “ousadia controlada”.
Em 2009, Franck intermediou a negociação do atacante italiano Vieri, então com 36 anos, para o Botafogo-SP e o Boavista-RJ, mas não houve acerto. E o ofereceu ao Santos de Vagner Mancini, que não se empolgou com a ideia.