Na primeira vez, a insatisfação foi manifestada de maneira discreta. Porém, após bela atuação contra o Alianza Lima (PER), Felipe não se conteve e bradou aos quatro ventos sua contrariedade à reserva. Como o jogador é um dos mais influentes do elenco e, temendo que o caso vire uma bola de neve, a diretoria tratou de agir rápido a fim de evitar novos capítulos no episódio.
Nesta quarta-feira pela manhã, o diretor-executivo, Daniel Freitas, fez questão de entrar em contato com o técnico Cristovão Borges, alvo das manifestações do Maestro, e com o próprio camisa 6, que estava de folga juntamente com os jogadores que participaram da partida válida pela segunda rodada da fase de grupos da Copa Libertadores.
– Não vejo problema algum. Foi uma declaração pós-jogo de um atleta de qualidade inquestionável. Ele tem direito a se manifestar, colocou sua opinião e deixou claro que respeita a opção do treinador. Mas o Felipe sabe que a palavra final é do Cristóvão. Conversei hoje (quarta-feira) com os dois e não há qualquer problema – fez questão de frisar o dirigente cruz-maltino.
Até o momento, o Vasco realizou 13 partidas na temporada. Destas, Felipe foi titular em apenas cinco, sendo que em duas foi substituído.
A torcida, por sua vez, já tomou sua posição e está praticamente toda ao lado do Maestro. No jogo mesmo, assim que o árbitro encerrou o primeiro tempo, o estádio, em coro, pediu a entrada do atleta. Diante do bom desempenho, o jogador foi ovacionado ainda com a bola rolando.
Em enquete realizada no LANCENET! quarta-feira, 77% dos internautas apoiaram as reclamações públicas do Maestro, que chegou a cogitar voltar ao futebol do Qatar ou até mesmo se aposentar.
Dentro do elenco, Felipe tem muita moral. Ele é quem faz o elo entre jogadores e a diretoria nas questões referentes a salários atrasados. Em campo, costuma ser um dos que mais orienta e troca informações táticas com Cristovão, que garante ter uma relação íntima com o meia.
Daniel Freitas não acha que as declarações possam desestabilizar o ambiente do grupo:
– Não temo por isso.
A hipótese do treinador estar “perdendo a mão” com o elenco também foi rechaçada:
– Em momento algum ele colocou em xeque o treinador – frisou.
Fonte: Lancenet