O Vasco jogou 13 vezes este ano, perdeu apenas duas e está na zona de classificação no seu grupo da Libertadores. O cenário quase idílico, no entanto, não se faz presente em São Januário. As declarações de Felipe após a vitória sobre o Alianza Lima, questionando a não escalação dele e de Juninho juntos e a sua reserva nas últimas partidas, deflagaram o mal-estar que a situação dos dois ídolos tem provocado no time. O diretor executivo Daniel Freitas conversou com ambos ontem.
Desde o início do ano, os meias e o técnico Cristóvão Borges respondem frequentemente a pergunta: Felipe e Juninho podem jogar juntos? Os jogadores já se cansaram de dar sua opinião e o treinador sempre repete que podem, mas depende das circunstâncias dos jogos. Também amenizou a reclamação do camisa seis e acredita que será procurado por ele para uma conversa, como sempre acontece no elenco.
Quem está de fora, não tem dúvida. Podem e devem jogar juntos, sempre. O ex-treinador do Vasco Antônio Lopes e o ex-jogador do Vasco Geovani têm opiniões iguais. Consideram um excelente “problema” o técnico Cristóvão ter de armar uma equipe para colocar ambos em campo. A qualidade deve vir sempre em primeiro lugar.
— Nunca quis ser treinador por isso, não queria ter que escolher. Quem está de fora vê diferente, mas tem que arrumar um esquema para que os dois joguem. Quando a bola está nos pés deles criam várias jogadas. Dois jogadores de marcação podem jogar junto por que dois jogadores de qualidade técnica não podem jogar? Fico triste porque a qualidade está se perdendo — questiona Geovani.
Lopes ratifica a argumentação de Geovani. E lembra que, como um é destro e o outro canhoto, não há problemas de posicionamento.
— Se eu fosse o treinador colocaria juntos. Mas não podemos desprezar o entendimento do treinador e as opções dele. Mas acho que sempre se deve jogar com os melhores, com os que têm alta qualidade — disse Lopes, que trabalhou com ambos os jogadores e não considera a idade um problema. — A idade só pesa mesmo quando não está em forma física.
Fabrício é apresentado
Os números também são favoráveis aos dois. Desde que Juninho retornou ao clube, os dois estiveram em campo juntos — atuaram todos os noventa minutos apenas duas vezes — em 15 jogos, tendo iniciado dez partidas. O Vasco saiu vencedor oito vezes, empatou quatro e perdeu três. A última derrota foi na estreia da Libertadores contra o Nacional do Uruguai, que originou os questionamentos recentes.
Ontem, o zagueiro Fabrício foi apresentando oficialmente em São Januário. Aos 22 anos, o jogador foi contratado por empréstimo de um ano. Atualmente, ele estava no Atlético-PR.
— Todos sabem que sou profissional acima de tudo e procuro fazer o melhor por onde passar. No Vasco não vai ser diferente. Vou fazer o máximo para que os torcedores gostem de mim — disse o zagueiro, revelado nas divisões de base do Flamengo.
Fonte: O Globo