Felipe jogou 45 minutos na última terça-feira e deixou o campo sem esconder sua insatisfação com o banco de reservas. Por outro lado, satisfeitos ficaram os torcedores, que viram o Maestro, como é chamado, reger o Vasco no segundo tempo da vitória por 3 a 2 sobre o Alianza Lima, em São Januário, pela Libertadores. Seja com passes, deslocamentos, palavras ou gestos, o meio-campo de 34 anos fez a diferença, sendo o principal nome de um time que jogou pressionado pela necessidade da vitória para seguir pensando na classificação para as oitavas de final.
Com a bola no pé, Felipe mostrou sua importância para que o Vasco conquistasse a vitória sobre o Alianza. Nos dois primeiros minutos em que esteve em campo, acertou duas enfiadas de bola bem ao seu estilo, com simplicidade e precisão. Na segunda, acabou por iniciar o lance que culminou no primeiro pênalti da noite marcado a favor do time cruz-maltino, desperdiçado por Alecsandro.
Além da qualidade técnica, Felipe também se impôs como líder. Foi ele quem pegou a bola e entregou nas mãos de Juninho depois que o árbitro marcou o terceiro pênalti para o Vasco. Coube logo depois ao camisa 6 a tarefa de acalmar os ânimos de Alecsandro e Diego Souza, que tentaram cobrar. Para ele, o momento era o de, após dois erros, um nome de maior experiência ser o dono da responsabilidade.
Já com o Vasco vencendo por 3 a 2, Felipe se deslocou do meio para o lado esquerdo do ataque. Por ali ele novamente desequlibrou, retornando aos tempos de lateral com jogadas de habilidade quase em cima da linha de fundo. Ao mesmo tempo, tratava de administrar a vantagem até mesmo dando uma bronca num gandula que repôs a bola rapidamente em campo.
Mesmo depois do apito, Felipe chamou a atenção. Dessa vez num desabafo sobre sua condição de reserva e sobre os questionamentos em relação ao fato de atuar junto de Juninho como titular do Vasco.
- Procuro sempre colaborar da minha maneira, seja em 15 ou 20 minutos. Hoje o futebol é difícil de analisar. Esse negócio de eu e Juninho não podermos jogar juntos é meio complicado. Mas no dia que um jogador de qualidade não puder jogar, eu paro - disse o jogador na saída de campo após o jogo contra o Alianza Lima.
Mas apesar de mantê-lo no banco de reservas, o técnico Cristóvão Borges reiterou a importância de Felipe para o Vasco e prometeu encontrar o jogador para uma conversa esclarecedora.
- Minha relação com Felipe é muito próxima. Nós temos intimidade porque havíamos trabalhado juntos anteriormente. Procuro dar a todos os jogadores uma abertura para fazerem suas reclamações e dizerem suas insatisfações quando necessitarem. Deixo todos à vontade para participar e questionar. Felipe e eu tivemos outras conversas relacionadas a trabalho e não tenho dúvida de que vai haver mais uma. Ele vai me procurar e nós vamos conversar - afirmou o treinador.
Fonte: GloboEsporte.com