Além da crise financeira, Alianza Lima vive jejum de vitórias

O Alianza Lima, assim como todo futebol peruano, sofre com grave crise financeira. Recentemente, os clubes chegaram a ter ameaça de greve dos jogadores e o governo vai intervir com um plano de reestruturação para sanear as dívidas. Os problemas do adversário do Vasco não param por aí. O time também está longe de ir bem dentro de campo. Sem vencer no ano — foram três partidas, duas pelo Peruano e uma pela Libertadores —, precisa tanto da vitória quanto o Vasco para não ficar em situação difícil no Grupo 5.

Depois de perder na estreia por 4 a 1 para o Libertad do Paraguai, a equipe concentrou-se mais na competição. Na última partida do Campeonato Peruano, o técnico Jorge Soto escalou os reservas na derrota por 2 a 1 para o Real Garcilaso. O treinador conta com a dificuldade que o Vasco tem tido para montar a equipe com todos os seus titulares por causa de lesões e o pouco treinamento.

Por outro lado, os peruanos também não tiveram muito tempo de preparação. Eles chegaram na segunda-feira de manhã, folgaram todo o dia e apenas na noite de ontem foram reconhecer o estádio de São Januário.

O voo quase veio desfalcado do colombiano Johnnier Montaño. Os dirigentes tiveram que convencer o meia a embarcar para o Rio de Janeiro, prometendo lhe pagar parte dos atrasados esta semana e o restante em breve. O clube deve ao jogador três meses de salário. Segundo a imprensa peruana, o meia deve se transferir para o Vallejo, também do Peru, assim que retornar ao país.

— Nós estamos muito comprometidos com o clube. Do contrário, não teríamos viajado mês passado. No Brasil, deixaremos o nome do Alianza Lima no alto. Temos passado por muitas coisas nessas primeiras partidas para voltar a cometer erros de novo. É uma partida muito importante — disse o atacante Jose Fernandez, que marcou o seu primeiro gol na temporada na última partida do Peruano.

Os percalços do adversário não minimizam as dificuldades que o Vasco encontrará, acredita o técnico Cristóvão Borges:

— Temos a obrigação de ganhar, mas por causa dos problemas do Alianza. Depende muito de como isso é administrado e assimilado por cada grupo. Nós também ficamos sem concentração e não teve problema. O Universitário do Peru também tinha problemas financeiros, veio aqui, brigou pela vitória e ainda quis brigar depois do jogo.

Apesar de centenário e tradicional no Peru, o clube não tem história vitoriosa na Libertadores. Esta é a sua 22 participação na competição. As melhores colocações datam de longo tempo. Foram em 76 e 78, quando chegaram às semifinais. Recentemente, porém, não tem passado da primeira fase ou tem ficado pelas oitavas de final. Ano passado, foi a sua pior campanha. A equipe foi eliminada na fase preliminar ao perder os dois jogos contra o Jaguares, do México.