Há 14 anos, você disputou e ganhou uma Libertadores pelo Vasco. Quais são suas lembranças?
A Libertadores é uma competição muito difícil, complicada. São equipes que você não conhece, contra as quais nunca jogou. Mas tínhamos um time muito bom e também conseguimos nos superar na primeira fase. Mas não é nada fácil ganhar.
O Vasco tem hoje um jogo decisivo contra o Alianza Lima, em casa. É uma situação parecida com a que vocês viveram em 98 na primeira fase da competição?
Em 98, aconteceu a mesma coisa com a gente, o início foi ruim e depois o time se recuperou. O Vasco tem time para isso. No início, foi muito difícil para nós. Na estreia, perdemos para o Grêmio no Olímpico e logo pegamos os times mexicanos. Contra o Chivas, perdemos lá, e, contra o América, empatamos em casa. No quarto jogo, reagimos, contra o Grêmio, no Rio e fomos muito bem. Acho que foi 3 a 0. Eu fiz gol, Luizão e Mauro Galvão também. Foi quando começamos a nos encontrar na competição e depois foi tudo uma maravilha. Depois que deslanchamos.
O que o Vasco precisa fazer para conseguir a vitória?
O time precisa entrar concentrado, correr atrás dessa vitória como se fosse uma final de campeonato. Vai ser muito importante o Vasco vencer esse jogo, jogando em casa, para poder sair com moral. Já perdeu uma aqui e vai ter que buscar uma vitória fora. Esse jogo é muito importante, tem que ter o apoio da torcida. Se a torcida der aquela força, o time se liga e vai para cima com tudo.
Como você analisa o time do Vasco para a competição?
Acho que tem jogadores experientes, jogadores que já saíram campeões na competição como Felipe e Juninho. E outros jogadores com bom trabalho, como Dedé, Alecsandro, Diego Souza, Fágner, que é um grande lateral. É um bom time, de transição, de garotos com qualidade indiscutível.
Dá saudades de estar em campo ao ver hoje em dia Juninho e Felipe, dois de seus companheiros naquele título?
A saudade bate muito forte. Quando fui na estreia na Libertadores, quase chorei. Queria jogar, aquela sensação de querer estar lá para ajudar o Vasco. É alucinante, é uma saudade grande. Vejo meus companheiros jogando, conheço o jeito do Felipe e do Juninho, dá vontade de ajudar. Mas agora acabou e passou, tem que ficar do lado de fora e assistir.
Na Libertadores 98, você foi eleito o melhor jogador da competição. Como é receber um prêmio tão importante?
Fui eleito o melhor da competição por causa dos jogadores que jogavam juntos. Na verdade, não me considero o melhor da competição naquela época porque tinha Carlos Germano, Juninho, Mauro Galvão, Luizão, Ramon, jogadores para escolher a dedo. Me escolheram e é claro que fiquei feliz, mas qualquer um ali poderia ter sido eleito. Sou feliz por ter compartilhado com os companheiros esses momentos, que me deram muita força. Consegui superar todas as dificuldades. Consegui superar até um ídolo que foi o Edmundo. Quando falo superar é não a ponto de a torcida esquecer o Edmundo, mas não deixar que ela pegasse no meu pé após a sua saída e poder me tornar ídolo também.
Fonte: O Globo