O técnico da Guiné Equatorial viveu um verdadeiro desafio. Sem grandes trabalhos até então, ele estava nas categorias de base do Vasco antes de se mudar para o país africano. Durante o carnaval, ele esteve no Rio de Janeiro, foi até São Januário para se desligar do clube, e revelou que o Gigante da Colina teve seu nome falado na África.
– Todos do Vasco foram bacanas comigo, desejaram sorte. Até porque, sempre que falava da Guiné Equatorial na seleção e da nossa história, a imprensa lembrava que eu era do Vasco – garantiu Gilson.
Ele falou também sobre o jovem Wendel. Atleta que fazia uma peneira no Vasco e que acabou morrendo.
– Não conheci o garoto, mas claro que fiquei tocado com a situação. Mandei um e-mail para o pessoal sobre isso. (pausa) Vida que segue – refletiu Gilson, no único momento da entrevista em que ficou mais sério.
Por falar em Vasco, foi lembrada a semelhança não apenas física, mas também das situações em que ele e Cristóvao Borges viveram. O técnico do Gigante da Colina também pegou uma situação complicada, após o Acidente Vascular Cerebral (AVC) de Ricardo Gomes.
– Não tivemos a chance de conversar antes da minha viagem, mas ele é uma pessoa maravilhosa, desde a época em que jogava. Pegou o time de forma inesperada e faz um grande trabalho – avaliou o treinador.
BATE-BOLA
Gilson Paulo- Técnico da Guiné Equatorial
O governo da Guiné Equatorial atrapalhava o trabalho?
Eu não tive ligação com o governo e nem sei de nada, nem tive tempo de entender a situação política do país. Não me atrapalharam em momento nenhum.
E a federação?
Também não. Se eu me preocupasse com essas coisas, não conseguiria trabalhar. Eu procuro fazer a minha parte, que é no campo. Coisas fora do campo, os outros que se preocupem.
Como foi encontrar um grupo em que você não conhecia nada?
O tempo foi muito curto. Sempre quis juntar a força do africano com o jeito de jogar do brasileiro. E aos poucos fui fazendo isso , comecei a ver um sistema que pudesse encaixar, e deu certo.
Fonte: Lancenet