As obras de reconstrução do Maracanã entraram na reta final e já têm data para cruzar a linha de chegada: 28 de fevereiro de 2013. Nesta data, daqui a quase um ano, a Fifa receberá do consórcio Maracanã Rio-2014, formado por Odebrecht, Delta e Andrade Gutierrez, o estádio completamente remodelado e em condições de sediar os jogos da Copa das Confederações, de 15 a 30 de junho, e da Copa do Mundo, no ano seguinte. Evidentemente, as partidas ainda vão demorar a ser realizadas no local, por causa da preparação do gramado e dos últimos ajustes da Fifa.
As "viúvas" do velho Maracanã já têm um cronograma completo para acompanhar o avanço das obras. No fim de março, será inaugurado um showroom bem maior que o anterior, em que torcedores e turistas poderão fazer um "test drive" do novo estádio. Eles poderão passar pelas novas roletas, conhecer o piso das instalações, checar o perfil da arquibancada e fazer o teste sentando-se nas novas cadeiras.
Uma minicidade a todo vapor
Cadeiras, por sinal, que, de acordo com o projeto inicial, podem ter suas cores mudadas, tomando, por exemplo, as cores da bandeira do Brasil. Uma medida sensata para evitar qualquer identificação — por mais distante que seja — com qualquer clube de futebol do Rio.
Em setembro, os anéis da arquibancada estarão fechados, permitindo que, no mês seguinte, tenha início a instalação da última grande fase da obra, a colocação da cobertura de lona do anel. Uma produção multinacional, com partes sendo fabricadas em Minas, na Espanha e na Alemanha. A partir de novembro, por sinal, os torcedores que passarem em ruas próximas ao estádio ou que o visitarem já poderão acompanhar os trabalhos de instalação da cobertura.
Com a remodelação, o Maracanã tornou-se uma pequena cidade. No fim de março, em que o ritmo das reformas será acelerado, o número de operários chegará ao seu máximo, com 5.300. Atualmente, são cerca de 4.500 funcionários trabalhando praticamente 24 horas por dia, com turnos de 7h às 17h e de 19h às 5h.
— Numa obra dessa dimensão, temos que pensar em tudo, pois vivemos numa minicidade. O calor nas últimas semanas nos ajudou, pois a chuva sempre atrapalha os trabalhos. Mas precisamos fornecer água gelada, por exemplo, para milhares de operários — afirmou o engenheiro carioca (e alvinegro) Carlos Berardo Zaeyen, gerente de contrato, considerado o "governador" das obras.
Um passeio pelas obras do estádio mostra que a fase de destruição é passado e que a construção chegou na reta final. Em alguns setores, já estão sendo marcados no chão os locais de banheiros, camarotes, etc.
— Esta é uma obra única. Não estamos construindo um estádio do zero e sim refazendo e reforçando inúmeras áreas. Mas é sempre uma emoção viver diariamente aqui no Maracanã — afirma Carlos Berardo Zaeyen, sem esconder o orgulho.