Quinze minutos foi o tempo necessário para o presidente da Confederação Brasileira de Futebol (CBF), Ricardo Teixeira, acabar com qualquer tipo de disputa por seu cargo à frente da entidade. Nesta quarta-feira, o dirigente reuniu os 27 presidentes de federações de futebol, na sede da entidade, na Barra da Tijuca, para reafirmar que continua no cargo até o fim de 2014 e pode, no máximo, pedir uma licença para tratar de problemas de saúde.
Teixeira adotou a tática de reunir a todos para acalmar os ânimos porque os presidentes das Federações de Bahia, Pará, Paraná, Rio de Janeiro, Rio Grande do Sul e Santa Catarina disseram que não aceitariam a posse do vice-presidente mais idoso da CBF, José Maria Marin, como prevê o estatuto, em caso de vacância do cargo.
No encontro desta quarta, o mandatário da CBF frisou que o estatuto será cumprido. E, como dita o documento, caso peça uma licença, um dos cinco vice-presidente da entidade assumirá o posto. A escolha caberá ao próprio Teixeira.
Ante a firmeza do presidente da CBF, até os que pleiteavam o posto, caso ele deixasse a entidade, se curvaram. Apontado como o candidato do grupo dos rebelados, o presidente da Federação do Rio, Rubens Lopes, disse, após o encontro, que, agora, é a favor do estatuto.
– Alguns até entendem que em uma vacância deveria haver nova eleição. Mas são conjecturas que vão frontalmente contra o estatuto. Teríamos que rasgar o estatuto para que isso viesse acontecer – ressaltou o presidente da Ferj.
Em seguida, além do Rio, Rubens Lopes citou as federações gaúcha e baiana como defensoras de novas eleições. Mas admitiu que, após a assembleia mudou de opinião e destacou que vai cumprir o estatuto.
Enfraquecidos ante as argumentações de Teixeira e do apoio das federações a ele fiéis, os rebelados não conseguiram nem mesmo colocar em pauta o pedido do aumento de repasse financeiro para as federações de futebol. O assunto ficou para ser debatido na Assembleia Ordinária, prevista para ocorrer em abril.
Exterminada a rebelião e assegurado o seu domínio sobre as federações, Teixeira comunicou a possibilidade de um afastamento temporário para tratar de um problema de saúde. O dirigente se submete a exames cardíacos e intestinais e os resultados determinarão se há necessidade de uma intervenção cirúrgica.
– Ele nos disse que pode sair para tratar de um problema de saúde, mas abandonar não vai. Se precisar, vai pedir uma licença, mas depois voltará – contou o presidente da Federação do Ceará, Mauro Carmélio.
Após tirar as dúvidas quanto à sua permanência na CBF, a assembleia prosseguiu presidida por Rubens Lopes para realizar mudanças no estatuto. E, em uma hora e meia, apenas alterações burocráticas foram feitas (veja abaixo).