Antes da decisão da Taça Guanabara, Alecsandro levava ampla vantagem sobre Fred: tinha oito gols em oito partidas, contra um gol em cinco jogos do adversário. No momento mais importante do campeonato até aqui, no entanto, foi o tricolor que brilhou. O atacante marcou duas vezes, ajudou o Fluminense a bater o Vasco por 3 a 1 e a acabar com jejuns de 12 clássicos sem vitória e 19 anos sem título do primeiro turno do Carioca. De quebra, ainda deu o troco no vascaíno, que se destacara no confronto entre os times pela fase de grupos com dois gols.
Fred foi mais acionado no clássico. Teve três finalizações, contra apenas uma do rival, que fez sua tentativa apenas aos 41 minutos do segundo tempo. A atuação pouco produtiva do vascaíno criou uma situação inusitada. Por decisão própria, Dedé ocupou seu espaço na área a partir dos 20 minutos do segundo tempo e ficou esperando bolas levantadas. O zagueiro terminou a partida com quatro finalizações.
Fred também foi mais participativo. Deu 12 passes, sendo dez certos. Alecsandro deu menos da metade: cinco, acertando dois. O número de faltas cometidas e sofridas também mostra o tricolor encarando mais os embates com adversários. Ele cometeu seis e sofreu cinco. O rival fez duas faltas e sofreu uma. E não houve falta de empenho do vascaíno, que percorreu uma distância um pouco maior do que o tricolor (8,339km contra 8,121km).
- Fico feliz pelo carinho, pelos elogios, mas não poderia deixar de citar o elenco inteiro, a comissão que confiou no trabalho, mesmo com as mudanças que tivemos no início, com chegadas e saídas. E houve muita cobrança, até pelo alto investimento, mas tivemos a força para dar a volta por cima - afirmou Fred, que melhorou sua média contra rivais cariocas, agora com nove gols em 19 clássicos.
Fazendo bem o pivô para os companheiros que vinham de trás, ele teve sua primeira boa chance aos 16 minutos, quando recebeu passe de Wellington Nem e chutou - para fora - sob a marcação de Rodolfo. Foi a primeira finalização do atacante, a única que não encontrou a rede. E ele soube se posicionar. Pouco depois, só não ficou cara a cara com Fernando Prass porque Dedé interceptou um passe de Deco na hora H.
Do outro lado, Alecsandro reclamava com o bandeirinha e via companheiros como Nílton e Dedé levarem perigo ao gol de Diego Cavalieri no jogo aéreo. O atacante sofria com a marcação da zaga e pouco aparecia. Logo aos sete minutos, ele se assustou após uma furada de Anderson e não conseguiu dominar a bola, que bateu em seu corpo e parou nas mãos de Diego Cavalieri.