A convocação da Assembleia Geral pelo presidente da CBF, Ricardo Teixeira, para a próxima quarta-feira deixou os presidentes das federações estaduais divididos. Em meio a rumores que o cartola renunciará ao cargo, os outros dirigentes dão informações desencontradas sobre o tema da reunião: há quem acredite que Teixeira não sairá da presidência tão cedo, há quem aposte que o encontro marcará o fim do mandato e há quem se diz "mais perdido que cego em tiroteio" com tantas especulações.
Um dos líderes da “ala rebelde” – contra a entrada do vice José Maria Marín caso Teixeira deixe o comando -, o presidente da Federação Gaúcha de Futebol, Francisco Novelletto, acredita que a Assembleia Geral pode marcar o início de uma nova era na CBF, mas sem muitas mudanças.
- Todo o caminho indica que deve mudar. Se o Ricardo renunciar, é evidente que permaneceria com os aliados. Não mudaria nada. O Marín ligou para todos os presidentes. Por que ele ligaria para os 27 presidentes? Ele vai vir para passar o comando do Marín. Mas isso é tudo coisa da minha cabeça, ninguém me falou – disse Novelletto.
A principal reclamação da ala representada pelo gaúcho é o predomínio dos paulistas no poder, já que Marin é aliado ao presidente da federação de São Paulo, Marco Polo Del Nero. Novelletto defende que como o mandato de Teixeira foi ampliado até 2015 por causa da Copa do Mundo de 2014, esse período não passaria a valer em caso de renúncia e novas eleições deveriam ser feitas ainda neste ano.
Por outro lado, Mauro Carmélio, mandatário da Federação Cearense de Futebol e aliado de Teixeira, duvida que o presidente da CBF anunciará na quarta que está deixando a entidade:
- Ele não cai porque é muito forte politicamente. Do fundo do coração, sou a favor que ele fique. Fez muito pelo futebol brasileiro e pode fazer mais.
Teixeira embarcou no último dia 18 para os Estados Unidos, onde tem casa em Miami. Alguns jornais e sites brasileiros davam a data como certa para a renúncia do dirigente, mas a CBF publicou no mesmo dia uma nota garantindo o retorno do presidente às atividades na entidade depois do carnaval.
A previsão é que Teixeira retorne ao Brasil até este domingo, mas Novelletto diz não saber nem se o cartola estará presente na Assembleia Geral no Rio. O presidente da Federação Mineira, Paulo Schettino, mostrou-se perdido com a série de notícias publicadas sobre o destino do mandatário da CBF.
- Se ele está no Brasil, eu não sei. Ele que convocou a reunião. Inicialmente, Bahia, Minas Gerais, Paraná, Rio Grande do Sul e Rio de Janeiro pediram a assembleia para saber o que estava acontecendo. As federações só tinham conhecimento da situação via imprensa. Se ele for continuar não tinha razão para ter a assembleia. Eu estou mais perdido do que cego em tiroteio. O que a gente quer é ter notícia das coisas, saber oficialmente, e não via imprensa – afirmou.
Em um comunicado na última sexta, a CBF afirmou que os seguintes temas serão discutidos na Assembleia Geral: "a) tomar ciência da exposição a ser apresentada pelo Sr.Presidente relativa a assuntos de interesse da Entidade e de suas Filiadas; b) discutir e deliberar sobre reforma parcial do Estatudo da CBF, conforme proposta apresentada pela presidência, nos termos do inciso II do artigo 40 do Estatuto; c) interpretar preceitos do Estatuto; d) outros assuntos de interesse da CBF".