Vasco mostrou dedicação total nos treinos para encarar a semifinal
Na Quarta-Feira de Cinzas, o Vasco entra em campo com dedicação total. No clássico com o Flamengo, hoje à noite, o objetivo é evitar que a campanha de vitórias na fase de grupos da Taça Guanabara não vire pó em apenas uma partida. Para que o gás do time 100% na competição não acabasse ao fim do carnaval, a comissão técnica adotou programação matinal no último dia da folia. Horário comum no clube, mas que deu menos oportunidades a excessos na noite carioca.
Enquanto o rival teve duas manhãs de descanso e apenas um treino leve na tarde de segunda-feira e ontem, os comandados de Cristóvão Borges acordaram cedo para o trabalho físico antes do animado recreativo ontem em São Januário. As diferentes programações, no entanto, não garantem a vitória. O resultado final é que acaba por definir a melhor opção escolhida.
— É uma questão de programação, mas o futebol é tão difícil de ser analisado, que o errado dá tão certo e o certo dá tão errado. Às vezes, a vida é assim, mesmo acreditando que no final de tudo o que você puder fazer de melhor terá uma recompensa — relativizou Juninho Pernambucano, que criticou levemente alguns aspectos do futebol brasileiro. — É uma discussão muito longa no futebol brasileiro. Acho que cada um tem que ter consciência do que faz. Jogador de futebol tem que aceitar que a vida que ele escolheu é diferente de outros. Tem momento para tudo, mas eu não tenho direito de analisar a programação do adversário. Acho que eles também estão muito bem preparados e cada treinador leva o grupo de uma maneira. A disciplina é fundamental, mas a análise será feita em cima do resultado.
Sem treino de pênaltis
A torcida, sem compromisso em estar bem preparada e em forma no dia do jogo, não dispensou o carnaval. Resultado: véspera do clássico de maior rivalidade para os vascaínos e menos de dez pessoas estiveram em São Januário. As costumeiras filas para a compra de ingressos não existiram.
— O carnaval faz tão parte da nossa cultura quanto o futebol. Está todo mundo curtindo ainda, mesmo os mais fanáticos. Lógico que jogar no fim de semana é mais atraente para o publico, mas o regulamento foi feito no início — declarou Juninho.
Encerrada a festa, o técnico Cristóvão Borges acredita que hoje todos voltarão as atenções para o clássico desta noite.
— Acho que não perde o peso, mas o clima é porque os torcedores viajaram ou estão cansados do carnaval. Mas no dia do jogo vai mudar e vão comparecer — afirmou.
Para continuar a folia nas arquibancadas, os torcedores esperam o fim do jejum contra o Flamengo. Há oito jogos o Vasco não derrota o rival. Mas o detalhe está no resultado mais comum nos últimos confrontos: o empate. Caso ele persista no placar, a decisão vai novamente para os pênaltis, como aconteceu na final da Taça Rio de 2011.
A equipe, porém, não deu tanta atenção a essa possibilidade no último dia de preparação. Somente Alecsandro, como de praxe, treinou cobranças após o recreativo.
— Já tem os jogadores que costumam bater pênaltis diariamente. Não acho vital treinar porque já temos os batedores e não adianta colocar alguém que não tem costume para treinar pênaltis só um dia antes — disse Cristóvão Borges.
Fonte: O Globo