Tarde de sol em São Januário, segunda-feira de carnaval, dia seguinte a uma das poucas folgas do ano. A preguiça, no entanto, passou longe dos jogadores do Vasco. Sem atraso, eles entraram em campo e treinaram por mais de uma hora e meia. Foram exigidos pelos preparadores físicos e pelo técnico Cristóvão Borges, que montou um treino tático e técnico dividido em três grupos. Hoje, não será diferente e a folia ficará de lado de novo. Às 9h, todos estarão no gramado para o último dia de preparação antes do clássico com o Flamengo às 22h no Engenhão, que vale vaga na final da Taça Guanabara.
Tanto concentração tem motivo claro. O Vasco não quer morrer na praia depois de ter feito a melhor campanha do primeiro turno, com 100% de aproveitamento.
— É bom que aqui em São Januário consegue concentrar mais, sair um pouco desse clima, saindo daqui já percebe que o carnaval está a todo vapor — disse o volante Eduardo Costa, que pretende fechar com chave de ouro a bela campanha. — Não vai adiantar de nada ter feito campanha 100% e não chegar à final. Temos que coroar isso não somente vencendo a semifinal como coroando a Taça Guanabara.
Em baile, Diego fala em goleada
O time tem outras motivações. Pelo caminho, o time encontra escritas a serem derrubadas. Como não ganhar a Taça Guanabara desde 2003, coincidentemente o ano da última conquista do clube no Carioca. E as seguidas vitórias do rubro-negro em jogos decisivos.
— Apesar de a grande maioria ter chegado há pouco tempo e não ter pegado esse período de não passar pelo Flamengo, hoje estamos dentro dessa história. É um grupo de jogadores com currículo, trajetória vitoriosa e incomoda. Queremos acabar logo com isso, mas é muito difícil e não pode entrar para ganhar de qualquer jeito — admitiu Eduardo Costa.
No entanto, antes do trabalho duro a folia teve vez. Alguns jogadores foram a camarotes na Marquês de Sapucaí ou a bailes de carnaval. Presente no Baile do Rio, anteontem no Jockey Club, o meia Diego Souza curtiu o carnaval mas não se esqueceu do rival de amanhã.
— Vamos golear! — disse.
Entre os mais animados no treino estava Éder Luís. Há quase três meses longe dos gramados, o atacante voltou a treinar com bola e ao lados dos companheiros ontem pela primeira vez. Em novembro, ele sofreu fratura no pé esquerdo, foi operado e há pouco tempo liberado pelo departamento médico para a preparação física. A partir da semana que vem, Éder deve ficar à disposição de Cristóvão.
Mas o atacante prefere a cautela e não se precipita com datas.
— Achei que fosse estar com mais medo no treino, tive uma evolução boa, mas é cedo ainda para falar em jogar. No nosso trabalho você fica fora num ritmo diferente. É preciso passar pela readaptação. Vou trabalhar para voltar o mais rápido possivel. Mas para quarta-feira não dá ainda — afirmou.
A equipe não poderá contar com Éder, mas terá a volta de Dedé, Rodolfo, Felipe e Juninho Pernambucano. O meia foi o único que não esteve em campo. Ele fez trabalho específico na academia. Com todos à disposição, Cristóvão terá de optar por escalar os dois meias experientes na armação das jogadas ou colocar a velocidade de William Barbio na partida.
Fonte: O Globo