Barbio revela cuidados com a cabeleira e diz que espera manter humildade

Sexta-feira, 17/02/2012 - 09:51

"...Basta acreditar que um novo dia vai raiar, sua hora vai chegar...". De fato, ela chegou. A música "Tá escrito", do grupo Revelação, foi escolhida por Wiliam Barbio como sua trilha sonora. O que talvez ele não imaginasse é que esse trecho faria tanto sentido com o momento que vive.

Barbio, filho de um vigia e de uma cozinheira, é morador de Belford Roxo, na Baixada Fluminense. Para ir aos treinos do Vasco, em São Januário, pega um ônibus até Nova Iguaçu e de lá ganha aquela carona amiga do goleiro Diogo Silva. Vez por outra, em virtude do estilo rastafári, é reconhecido por passageiros:

– Às vezes, algumas pessoas entram e falam: Você que é o Wiliam Barbio? "Pô", boa sorte aí – disse.

No Vasco, até então, passava quase despercebido. Há quase oito meses no clube, só havia entrado em três jogos. Até que o técnico Cristovão Borges resolveu dar-lhe a oportunidade de iniciar uma partida. As lágrimas que corriam no rosto de sua mãe Claudete ao ouvir, do setor social da Colina, os gritos de "Uh! É Cabeleira" da galera, traduziam não só o reconhecimento pelo gol e a grande partida, mas também toda uma trajetória difícil, que começou no Nova Iguaçu, ainda pequeno.

– Quando ele tinha 12 anos, disputou um campeonato pela escolinha do Nova Iguaçu. Foi tão bem que já o coloquei depois no clube. Por lá, ele foi artilheiro do Carioca juvenil e depois da Taça OPG. Sempre foi muito humilde e até hoje me chama de "senhor", o que acho engraçado – afirmou o empresário Jorge Morais.

O futebol veloz e aguerrido chama tanta atenção quanto a vasta cabeleira que cultiva. Seu procurador, inclusive, garante que nunca se opôs ao estilo. Já Barbio não cogita a possibilidade de cortar.

– Quando subimos para a Primeira Divisão, os jogadores combinaram que todos teriam que raspar o cabelo, inclusive o meu. Lembro que corri desesperado e o Jânio Morais (presidente do Nova Iguaçu) teve que reunir todos para pedir que não cortassem o meu – lembrou.

Humilde, diz que seu maior sonho é conquistar muitos títulos pelo Vasco. Já o apelido dado pela torcida, ele garante não o incomodar:

– Pode ser "Cabeleira da Colina".

William Barbio desponta como novo xodó da Colina


PRODUTOS QUE BARBIO USA PARA O CABELO

Creme especial para cachos: Segundo a mãe Claudete, Wiliam Barbio sempre pede um produto especial para manter os cachos.

Xampu: A marca do xampu, segundo a mãe de Wiliam Barbio, ele também escolhe a dedo.

Umidificador: Para deixar a cabeleira sempre com aspecto molhado, Wiliam Barbio utiliza um creme umidificador.

Massagem: Outro capricho que o jogador não dispensa é um creme de massagem para os cabelos.

BATE-BOLA COM WILLIAM BARBIO

Em entrevista em São Januário

O Cortez despontou num clube grande antes. Foi importante o tempo que ficou só treinando?

Acho que, para mim, foi a melhor coisa ter me adaptado no Vasco. Agora a chance chegou e eu pude aproveitar.

Como foi a reação da família?

Quando acordei, fui na casa da minha tia e meus pais compraram todos os jornais da banca. Não tinha nem como andar pela casa. Fiquei feliz em saber que minha família está comigo.

E a namorada?

Ela é tranquila. Ficou lá me esperando em casa. Não deu para ficarmos juntos muito tempo porque tinha treino hoje (Barbio namora há dez meses).

Como surgiu a ideia de deixar o cabelo crescer?

Tinha cabelo curto, mas aí falei: “Mãe, vou deixar crescer e ver no que vai dar”. Aí sempre crescia e depois eu cortava. Depois de um tempo eu falei: "Agora eu vou deixar crescer mesmo”. No começo ficavam falando: “Wiliam, corta isso, está que nem um mendigo (risos)." Agora ninguém zoa não.

Todos destacam sua humildade. De onde ela vem?

Vem da minha família. Não é porque fiz um gol que tenho que me sentir. Se eu não mantiver a humildade, um dia isso acaba.

Fonte: Lancenet