Em litígio com o Vasco, Bernardo se reapresentou em São Januário na tarde desta quinta-feira, mas não treinou. O meia conversou com o diretor-executivo Daniel Freitas e foi decidido que ele não treinará até que a questão jurídica seja resolvida - a diretoria do Vasco prefere que ele fique afastado por não ter clima com a torcida, enquanto o jogador diz não ter condições psicológicas.
Quando entrou em campo pelo Vasco na quarta-feira contra o Volta Redonda, a vontade de Bernardo em sair do clube já era um fato jurídico. Na tarde do dia da partida, o meia entrou com ação trabalhista na 17ª Vara do Trabalho do Rio de Janeiro a fim de pedir o fim do contrato assinado no início deste ano. Para conseguir a quebra do vínculo, o jogador alega os atrasos nos salários e luvas e o não recolhimento de 13 meses do FGTS durante todo o período que o camisa 31 está no clube.- Ele pede antecipação de tutela por conta da mora salarial e o pagamento do que foi combinado. Assim, ele pode se desligar do clube antes mesmo do fim do processo - explicou o advogado de Bernardo, João Marcos Siqueira.
O Vasco foi citado nesta quinta-feira e o departamento jurídico do clube tem cinco dias para apresentar as manifestações sobre o caso. Por causa do recesso do Carnaval, a Justiça deve tratar da ação apenas a partir do dia 27 de fevereiro. Durante este período, o meia permanece vinculado ao clube.
- Até a decisão do juiz ser tomada ele tem contrato em vigor a cumprir - explicou o advogado.
No final de 2011, o Vasco teve de correr atrás de dinheiro para conseguir comprar metade dos direitos econômicos do atleta do Cruzeiro pelo valor de R$ 3,5 milhões. A verba foi emprestada por torcedores ilustres vascaínos. Apenas no último dia do prazo para ter a primeira opção de compra, o Vasco depositou o valor ao clube mineiro. Durante todo o período, do fim do Brasileiro até o dia 30 de dezembro, Bernardo reafirmou constantemente a vontade de ficar em São Januário.
Enquanto a decisão judicial não for tomada, o meia não poderá assinar contrato com outro clube. Nesta quinta-feira, ele é esperado em São Januário na reapresentação dos jogadores que atuaram quase ou toda a partida. A diretoria, que não foi informada pelo jogador sobre o processo, espera ter uma conversa com ele e resolver a situação o mais rapidamente possível.
A insatisfação de Bernardo com o clube ficou evidente após a derrota do time para o Nacional do Uruguai na estreia da Libertadores. O meia, que ficou no banco de reservas, foi o primeiro a deixar São Januário ao fim do jogo. Pegou suas roupas e material no vestiário, entrou no carro e saiu do estacionamento cantando pneus.
Ao ser substituído no final do jogo contra o Volta Redonda, o meia foi vaiado pela torcida, xingou e bateu boca com alguns torcedores que estavam nas cadeiras sociais.
Fonte: O Globo online