Quando chegou ao Vasco em 2009, Rodrigo Caetano estava ciente e preparado para o desafio de ajudar no resgate da tradição e da auto estima de um clube recém rebaixado para a Série B do Campeonato Brasileiro. O que ele não imaginava era que três anos após sua apresentação deixaria São Januário com o status de ídolo da torcida. O passado recente, como não poderia deixar de ser, ainda mexe com o dirigente. Mas a realidade hoje é outra. Atual diretor de futebol do rival Fluminense, Rodrigo irá enfrentar pela primeira vez os ex-companheiros de trabalho na noite deste domingo, no Engenhão, às 19h30m (de Brasília).
A rotina dos dias de jogo não será diferente. Antes de a bola rolar, Rodrigo Caetano tem como praxe presentear as diretorias rivais com um kit de produtos oficiais do clube. Ao encontrar Daniel Freitas, o novo diretor do Vasco, e o restante da diretoria pretende fazer o mesmo. Assim como sabe que irá dar um abraço fraterno no técnico Cristóvão Borges e no restante de sua comissão técnica, além, é claro, dos jogadores.
- Não tenho qualquer motivo para não fazer isso. Deixei grandes amigos em São Januário - afirmou Rodrigo Caetano, reconhecendo que será um jogo extremamente diferente para ele.
- É claro que será. Para um técnico e um jogador enfrentar um ex-clube sempre gera uma sensação diferente. Comigo vai acontecer a mesma coisa. Volto a dizer que tenho grandes amigos lá, mas esta é minha profissão e hoje defendo as cores do Fluminense com a mesma paixão que fazia lá no Vasco - explicou.
As palavras de carinho e agradecimento ao falar do trabalho realizado no Vasco vão permanecer para sempre. Rodrigo Caetano chegou ao clube com certo status, mas o reconhecimento nacional que hoje ele tem veio após o pontapé inicial em 2009 e chegou ao auge após a conquista do inédito título da Copa do Brasil em 2011 levando o Vasco de volta à Libertadores.
- Foram três anos nos quais o clube passou por uma reestruturação da qual eu fiz parte. E a identificação veio não só por isso, mas também pelo meu estilo de trabalho. Sou um profissional que se compromete e se entrega de cabeça no dia a dia do clube. Fiz isso no Vasco e hoje faço no Fluminense. Estou 110% dedicado aqui. E vamos lutar muito por essa vitória. É um jogo importante para nós, que estamos firmes na briga por uma vaga na semifinal - afirmou.
Por parte dos jogadores, comissão e diretoria vascaínas, Rodrigo Caetano sabe que não vai encontrar nenhum tipo de hostilidade. Mas e a torcida? Em São Januário era comum ver o diretor de futebol tirar fotos e autografar camisas tanto quanto ídolos como Felipe e Juninho Pernambucano. Em 2010, quando estava renovando seu contrato, viu um grupo de vascaínos organizar um abaixo assinado pedindo a sua permanência. Ele espera que este carinho continue no Engenhão.
- Não tem porque não ser. Eles sabem que sou profissional e que sempre me dediquei. Pelo que vejo nas ruas acredito que o carinho continue. Muitos vascaínos me param agradecendo por tudo que fizemos lá nestes três anos - finalizou.
Fonte: GloboEsporte.com