No último dia 30, a elite da cartolagem brasileira, incluindo a CBF, participou da festa de lançamento do canal Fox Sports, no Rio. Nas rodinhas de convidados, o mais picante assunto foi a possível renúncia de Ricardo Teixeira. A possibilidade de saída, no entanto, é descartada pela assessoria de imprena da entidade.
Dirigentes paulistas ouviram de cariocas com bom trânsito na confederação que o “boss” estaria disposto a renunciar a seus cargos na entidade e no Comitê Organizador Local da Copa. Pela conversa, a senha para detonar essa operação seria a demissão de seu tio, Marco Antônio Teixeira da secretaria geral da CBF.
Vista com desconfiança, a informação ganhou outra cara diante dos cartolas quando Marco Antônio caiu, dias depois.
Sua saída seria a condição preliminar para a renúncia do sobrinho. Não faria sentido deixar a entidade e manter por lá alguém em quem ele não confia.
Se o estatuto for seguido à risca, José Maria Marin, vice mais velho e queimado após colocar no bolso uma medalha no final da Copa São Paulo, assumiria a presidência da CBF.
Recentemente, Marin, que assumiu interinamente com a licença do presidente, esteve na entidade, acompanhado de Marco Polo Del Nero, presidente da Federação Paulista. Em seguida, uma nota na coluna Painel FC, da Folha de São Paulo, afirmava que, segundo gente próxima a Marin, em breve ele terá papel de destaque no teatro do futebol brasileiro. A informação parece ser mais uma peça do quebra-cabeça.
Dois cartolas confirmaram ao blog terem ouvido sobre a possível renúncia. Um deles trata o tema ainda como boato. O outro, porém, vê chances reais de renúncia. Segundo ele, Teixeira estaria preocupado com os desdobramentos das acusações de suposto suborno na Suíça, cansado fisicamente e com problemas de saúde (entre dezembro e janeiro, o presidente da CBF seguiu uma dieta passada por seu médico e perdeu alguns quilos).
Por fim, o cartolão estaria disposto a seguir os passos de seu ex-sogro, João Havelange, que abriu mão de sua patente no Comitê Olímpico Internacional, pressionado pelas mesmas denúncias vindas da Europa.
Teixeira jogando a toalha poderia ser apenas uma miragem de cartolas, mas eles não estão sozinhos nesse “delírio”. Membros do Governo Federal pintam o desafeto de Dilma Rousseff como um ditador que prepara a transição do poder.
Instalar Andrés Sanchez na sede da CBF seria o principal gesto na direção de uma pacífica passagem de bastão. Ainda que não assuma a poltrona presidencial, o corintiano seria o responsável por zelar pelos interesses do amigo.
Para dirigentes paulistas, o mistério está prestes a ser desvendado. Afirmam que se Teixeira não largar o osso até dias após o Carnaval sua renúncia será arquivada. O prazo bate com as informações reveladas pelo meu vizinho aí de cima, o colega Juca Kfouri.
Fonte: Blog do Perrone - UOL