O Maracanã da Copa do Mundo dificilmente será o dos Jogos Olímpicos de 2016.
O governo do Rio se recusou a aumentar a conta da reforma do estádio, que é de quase R$ 1 bilhão, para adequá-lo às exigências dos organizadores da Olimpíada.
Na Copa de 2014, o Maracanã abrigará sete jogos, inclusive a final do torneio.
Já nos Jogos Olímpicos de 2016, o estádio será o palco das cerimônias de abertura e encerramento do evento, além de partidas de futebol do torneio olímpico.
Pelo menos três reivindicações custosas feitas pelos organizadores dos Jogos foram rejeitadas pelo governo fluminense. Eles queriam que fosse construído um poço de cerca de cinco metros de profundidade no meio do gramado. O espaço seria usado nas cerimônias da Olimpíada.
Outro pleito rejeitado foi o de ampliar o pé direito do novo túnel de acesso ao campo. De acordo com os técnicos, a nova versão mexeria com a estrutura do estádio e elevaria os custos em milhões.
A nova cobertura também teria que ser modificada.
Os organizadores dos Jogos pretendiam colocar cerca de cinco toneladas de luz e som na marquise da arena durante as duas cerimônias. A proposta foi recusada também por causa o alto custo.
Para atender a Olimpíada do Rio-2016, o governo teria que reforçar a sustentação da nova estrutura.
Em novembro, o Maracanã ganhará uma cobertura de lonas tensionadas por uma estrutura de aço. No ano passado, os responsáveis pela obra condenaram a antiga marquise por problemas estruturais.
A cobertura de lonas tensionadas por estrutura de aço já existe em arenas como a de Frankfurt e o Estádio da Cidade de La Plata, usado na Copa América da Argentina, no ano passado.
Em nota, a Emop (Empresa de Obras Públicas do Estado do Rio de Janeiro) informou que "o projeto do Maracanã teve que ser desenvolvido em tempo hábil para que a reforma ficasse pronta para entrega do estádio a tempo da Copa das Confederações", a ser disputada em junho do próximo ano.
O estádio deverá receber pelo menos duas partidas antes do início do torneio. A seleção fará uma delas.
De acordo com a Emop, as exigências a serem atendidas eram as formuladas pela Fifa, o órgão organizador, e deixam o legado necessário aos Jogos Olímpicos e a futura utilização do estádio como uma arena multiuso.
A Emop não informou quanto custariam as três intervenções solicitadas.
Com a recusa do governo estadual, o Maracanã deverá ser fechado novamente depois da Copa do Mundo para se adequar às exigências dos eventos olímpicos.
Fonte: Folha de São Paulo