Dos erros se tiram lições. O clichê serve para o momento atual do Vasco. Seja nas quatros linhas ou extra-campo. Da morte de Wendel Venâncio Silva, que fazia testes no CT do clube em Itaguaí, quando passou mal e faleceu, a certeza de que é necessária a presença de médicos em qualquer atividade envolvendo jogadores de todas as categorias, como manda o estatuto do clube.
Da derrota sofrida na última quarta-feira para o Nacional do Uruguai, na estreia da Libertadores, a necessidade de mudanças. O próprio técnico Cristóvão Borges reforça que o time precisa de alternativas táticas por causa da nova formação e dos desfalques importantes, como Rômulo e Éder Luís. O treinador, atento a isso, mostrou nesta sexta-feira que podem surgir modificações. Em um rápido treino tático, ele escalou três zagueiros: Dedé, Rodolfo e Renato Silva. Este entrou no lugar de Juninho Pernambucano, que fez treino específico com a preparação física.
A mudança não está totalmente descartada para este domingo, no clássico com o Fluminense. Apesar de o treinador não ter tido tempo de treinar e comprovar a eficiência da nova formação, Cristóvão confia na rápida adaptação da equipe:
— Tivemos dificuldades no último jogo e temos notado algumas dificuldades mesmo ganhando, porque a equipe mudou de características. Agora, joga com dois laterais que apoiam bastante. Foi só um experimento para ver como ficava, para marcar posicionamento. Como temos jogadores que já jogaram dessa forma e pelas características deles não precisamos treinar o tempo todo. É uma possibilidade viável.
A ideia parece bem madura na cabeça do treinador. Com os rápidos laterais, ele sabe que precisa fortalecer a marcação e deixá-los usar o que têm de melhor, a velocidade, sem prejuízo ao time. Para mudar o esquema, ele terá de tirar um jogador do meio-campo.
— Caso isso ocorra, estou pensando se vou tirar um volante ou meia. Temos laterais com características ofensivas, daria pouco mais de liberdade para eles atacarem e reforçaria o meio-campo — disse o técnico.
Volta da concentração
Lá atrás, no entanto, a função específica continua sendo a marcação. Com três zagueiros, o técnico não pretende transformar Dedé em homem-surpresa. Apesar de o defensor se apresentar ao ataque em algumas ocasiões, isso não deve ser recorrente. Cristóvão, inclusive, já deu um puxão de orelhas nele.
— Foi altamente repreendido por ter feito isso. Não é para fazer — disse, entre risos, o treinador, que acrescentou. — Ele é um jogador voluntarioso e é um pouco perigoso. A princípio, como estava fazendo só um teste para observar, não dava para treinar outras coisas.
Novidade certa é a volta da concentração. Pelo menos em parte. Os jogadores vão treinar neste sábado pela manhã e, à noite, se apresentarão no hotel onde o time se reúne. Normalmente, os atletas ficam concentrados após o fim do treinamento.
Os jogadores boicotaram a concentração em três partidas: Bangu, Duque de Caxias e Nacional do Uruguai. O motivo foi o atraso nos salários deles e de todos os funcionários do clube. A dívida foi quase toda quitada.
Na noite de quinta-feira, o Libertad derrotou por 4 a 1 o Alianza Lima, próximo adversário do Vasco na Libertadores, dia 6 de março.
Fonte: Extra online