O Vasco admite que não havia médico presente durante a atividade na qual Wendel Junior Venâncio da Silva, de 14 anos, morreu na manhã da última quinta-feira, mas também garante que nada poderia ser feito mesmo que houvesse um profissional no treinamento do time infantil do clube na cidade de Itaguaí (RJ). A informação é do gerente das categorias de base do Vasco, Humberto Rocha.
- Normalmente temos paramédicos no local. Naquele dia, como já aconteceu em outras situações, por ter apenas avaliações de jogadores, sem grande exigência de carga física, então não tínhamos médicos no local. Tínhamos socorristas, que são profissionais técnicos nossos que têm este conhecimento. Para se ter uma ideia de como foi uma fatalidade, o treino havia começado há apenas 15 minutos. A atividade era até leve.Talvez nem se tivéssemos dez médicos no local, conseguiríamos fazer algo. O que foi feito, então, foi levá-lo direto para a UPA.
O dirigente, no entando, admite que já está em curso uma mudança nesta metodologia de trabalho. Até porque o que aconteceu em Itaguaí fere o estatuto geral do clube, que fala da necessidade de "Atender, nos assuntos de sua competência, ao tratamento, preparo e sanidade dos atletas, estendendo seus serviços a todos os Departamentos; dispor de um quadro de médicos e de preparadores físicos, que possa atender a todos os serviços, dentro ou fora da Sede do Clube".
- Já estamos conversando para mudar este procedimento, para que se tenha médico até mesmo neste tipo de atividade. Temos uma reunião ainda nesta tarde com o departamento médico para fechar este novo planejamento.
Humberto também garantiu que o atestado levado por Wendel no momento da inscrição é verdadeiro. Segundo o dirigente, a informação foi confirmada pelo clube diretamente na cidade de São José de Nepomuceno (MG), onde foi realizada avaliação. Ele negou também que o garoto tenha passado mal por uma deficiência na alimentação horas antes do teste.
- Fomos atrás e o médico é conhecido na cidade. O atestado é verdadeiro. Foi realmente uma fatalidade. Fizemos um levantamento e o garoto faz atividade física desde os nove anos, disputando campeonatos com grau de exigência e de competitividade bem maiores e nunca teve problema algum ou nada que indicasse um problema. Não era sedentário. O clube tem feito todo o possível par dar todo apoio e assistência à família do Wendel. Chegaram a dizer que ele não se alimentou, mas sabemos que ele jantou e tomou café da manhã. Tomou leite, comeu biscoito.
Fonte: Lancenet