Ele chegou ao Vasco como a grande contratação para resolver os problemas da defesa, setor duramente criticado durante o Carioca e até no início do Brasileiro de 2010. Mas Jadson Viera não se encontrou na Colina e acabou amargando a reserva na maioria do tempo em que esteve no clube. O mais curioso de tudo é que viu o problema da zaga ser resolvido por um garoto que até então tinha como grande façanha ter machucado o ídolo da época, Carlos Aberto, em um treino. Dedé passou do jogador com nome de trapalhão para o “Mito”. Jadson, na contramão, deixou de ser considerado o xerifão para chegar a atleta dispensável no início de 2011. Mas o destino fez com que o caminho do jogador voltasse a cruzar os muros de São Januário, desta vez em um momento muito importante: a estreia na Libertadores. Jadson faz parte do elenco do Nacional, adversário desta quarta da equipe carioca.
Apesar da passagem apagada e de sentir que lhe foram dadas poucas oportunidades, Jadson refuta qualquer sentimento de revanche. O jogador diz que deixou muitos amigos na Colina e que, inclusive, torceu pelo clube na Copa do Brasil. Um desses amigos é ninguém menos que Dedé, a quem tece muitos elogios. Mas a proximidade será usada contra o Mito agora. O zagueiro do time uruguaio promete ajudar os atacantes do seu time a tentarem superar a forte marcação do ex-colega.
- O momento dele é ótimo. Fico muito feliz por isso. Eu vi ele crescendo no clube. Fiquei feliz dele ter ganhado ano passado o prêmio Craque da Galera (dado pelo GLOBOESPORTE.COM ao jogador mais votado através de enquete no fim do Brasileiro). É um reconhecimento muito legal. Agora, vou ter que tentar ajudar meus companheiros a superarem ele. Estive aqui nas férias porque vim acertar algumas coisas que ainda estavam pendentes. Tenho muitos amigos em São Januário e é ótimo voltar. Torci muito por eles na Copa do Brasil e no Brasileiro. Fiquei muito feliz pelo título.
Mesmo sem admitir abertamente, Jadson fica em silêncio e dá um leve sorriso ao ser questionado se uma dessas coisas pendentes com o Vasco seria salários atrasados. Questionado se o clube ainda lhe devia, o jogador parou, pensou e demorou a responder. A reportagem então pergunta: “Agora não, não é?”. Jadson volta a sorrir:
- É.
Por ter vivido esse problema de salários atrasados em São Januário, Jadson entende bem os motivos de seus colegas de protestarem se recusando a se concentrar antes dos jogos. Mas não vê isso como uma vantagem para o Nacional.
- É uma situação chata ficar sem receber. Ninguém gosta. Agora, ficar sem concentração é uma questão de se acostumar. Normalmente, tem uns vídeos para a gente saber como o adversário joga, com seus pontos fortes e fracos. Mas acho que eles devem ter adaptado isso. É uma situação incomoda, mas futebol tem desses momentos.
Campeão uruguaio pelo Nacional, Jadson volta à Colina com moral elevada. O zagueiro diz que o seu time não vem ao Rio apenas para se defender e tentar um empate.
- O objetivo é a vitória. Vai ser um jogo duro para os dois por ser estréia. Mas queremos vencer para começar bem.
O zagueiro aposta no talento de outro jogador que ainda não está confirmado, por sentir dores musculares, para superar seu antigo time e seu ex-colega de zaga.
- Recoba é nosso às de espadas.
Vasco e Nacional se enfrentam pelo Grupo 5 da Libertadores. O jogo tem início às 22h (horário de Brasília).
Fonte: GloboEsporte.com