Confira análise dos adversários do grupo do Vasco na Libertadores

Após décadas de domínio argentino e uruguaio, os clubes do Brasil passaram a dar as cartas nas últimas duas décadas e sempre estão entre os finalistas e campeões. Pudera: conforme o futebol passou a ser um negócio cada vez mais caro, as maiores economias tendem a se destacar. E a economia do futebol brasileiro é consideravelmente maior que seus vizinhos sul-americanos. Nas últimas 15 edições, o Brasil foi campeão sete vezes, e ainda teve o vice em oito oportunidades. A Argentina é quem chegou mais perto dessa marca: cinco títulos e um vice-campeonato no período.

Na edição 2012, a tendência continua: Santos, Vasco da Gama, Corinthians, Internacional, Fluminense e Flamengo têm elencos bem acima da média de quem disputa a Libertadores.

Santos e Inter estão no grupo 1 e devem duelar pelo primeiro lugar. Juan Aurich, do Peru, e The Strongest, da Bolívia, não são páreos. Não perder ponto na altitude de La Paz contra os bolivianos terá vantagem.

No Grupo 2, o Flamengo é muito mais time que os rivais Lanús (Argentina), Emelec (Equador) e Olímpia (Paraguai). Mas as intermináveis crises internas da Gávea podem colocar tudo a perder.

Já o Fluminense, no Grupo 4, vai reviver o duelo das quartas de final da Libertadores 2008, quando foi o primeiro clube em muito tempo a eliminar o Boca Juniors no mata-mata. Ambos são favoritos para a classificação em um grupo que conta também com o pequeno Arsenal de Sarandí, da Argentina, e o minúsculo Zamora, da Venezuela.

O Vasco é outro que tem um grupo um tanto indigesto: se o Alianza Lima, do Peru, não tem banca para enfrentar de igual para igual os cruzmaltinos, o raçudo Libertad, do Paraguai, e o tradicional Nacional, do Uruguai, são ossos duros.

O Corinthians começará a desafiar seus fantasmas de nuncar ter conquistado uma Libertadores em um grupo relativamente fácil, o 6: Cruz Azul, do México (que deve poupar titulares pois não dá muita bola para a competição), Deportivo Táchira, da Venezuela, e o pequeno Nacional, do Paraguai.

Entre os não brasileiros, três clubes se destacam: o Boca Juniors, que volta após dois anos de ausência, não tem lá um grande time, mas conhece como ninguém os atalhos da Libertadores. O Vélez Sarsfield, semifinalista na edição passada, chega mais forte querendo repetir o feito de 1994, quando tornou-se o primeiro clube pequeno da Argentina a ser campeão continental. E o Universidad de Chile, atual campeão da Sul-Americana, que perdeu sua grande estrela, Eduardo Vargas, mas segue com um belo conjunto. Vai ser difícil de ser batida.

Juninho será o comandante da nau vascaína na Libertadores 2012

Club de Regatas VASCO DA GAMA

O Santos foi o time que deu show e ergueu o caneco da Libertadores em 2011, o Corinthians foi o campeão brasileiro, mas o time mais legal da temporada passada no Brasil foi o Vasco. O clube da Colina ameaçou a ser rebaixado no princípio do Estadual, perdendo quase todas as primeiras partidas. Em crise total, mandou embora o meia Carlos Alberto, então considerado o maior destaque. E aos poucos foi trazendo jogadores importantes, como Diego Souza e Alecsandro, o ídolo absoluto Juninho Pernambucano e um técnico que caiu como uma luva, Ricardo Gomes. O resultado: o título da Copa do Brasil.

No Brasileirão, o Vasco foi o primeiro clube em muito tempo que, apesar de já ter garantido vaga na Libertadores, resolveu brigar pelo título. E assim foi até a última rodada. Aquele time que parecia dar em nada no início do ano era campeão do Brasil e vice do Brasileirão. E ainda teve momentos dramáticos: Ricardo Gomes sofre um AVC no clássico contra o Flamengo e escapou da morte por pouco. O fato uniu o time, que, mesmo com limitações, chegou longe, muito longe. Pela primeira temporada em dez anos o Vasco orgulhou sua torcida.

Para 2012, as dúvidas voltaram. Ninguém ainda sabe se o Vascão conseguirá manter aquele alto astral que reinou na temporada passada. O atacante Elton trocou a Colina pelo Corinthians. E saiu atirando: disse que a estrutura vascaína não é lá essas coisas. Jogador por jogador, o Vasco não chega a ser favorito para o bi da América. Mas se aquela moral de 2011 ainda estiver presente, tudo pode acontecer.

PONTO FORTE: O alto astral dos jogadores e o entrosamento da dupla Diego Souza e Alecsandro. Garantia de espetáculo nos jogos do Vasco.

PONTO FRACO: Além das laterais, que têm jogadores esforçados, porém não muito técnicos, o clube andou devendo salários e não dá mostras de que conseguirá cumprir com suas obrigações com todos os jogadores pelos próximos meses. Salário atrasado costuma minar qualquer ambiente de time.

MELHOR CONTRATAÇÃO: O atacante equatoriano Carlos Tenorio, que jogou as Copas do Mundo de 2002 e 2006. Ele estava no Al Sadd, do Catar, onde jogou com Felipe, meia ídolo cruzmaltino.

FIQUE DE OLHO: No atacante William Barbio, de 20 anos, que vem das categorias de base do clube.

CURIOSIDADES: O Vasco venceu a Libertadores no ano de seu centenário, em 1998, mas também tem outro título continental: o Campeonato Sul-Americano de Clubes de 1948, disputado no Chile. Além do Vasco, então campeão carioca, disputaram os campeões nacionais de Uruguai, Argentina e Chile, além de representantes da Bolívia, Peru e Equador. Aquele Vasco, que entrou para a história com o apelido “Expresso da Vitória”, conquistou onze títulos em dez anos e foi a base da seleção brasileira vice-campeão mundial em 1950.

PARTICIPAÇÕES EM LIBERTADORES: 1975, 1980, 1985, 1990, 1998, 1999, 2001 e 2012 (oito vezes). Campeão em 1998.

Club ALIANZA LIMA (PER)

Los Blanquiazules (as cores do time são o branco e o azul) é a equipe mais popular do futebol peruano. Faz as grandes rivalidades do país junto do Universitario e do Sporting Cristal. É o segundo maior papa-títulos do campeonato nacional: tem 22 títulos, contra 25 do Universitario. Está na Libertadores 2011 por ter sido a equipe do Peru que mais pontuou na soma dos campeonatos do país na última temporada.

Em campo, o Alianza passa por um período de renovação. O técnico passou a ser José Soto, ex-capitão da equipe e ídolo da torcida. Leandro Fleitas, então principal jogador da equipe, trocou o Alianza pelo Juan Aurich, que também disputa a competição continental. A ideia da direção da equipe para esta temporada é colocar vários jogadores jovens para despontar. A média de idade da equipe é de 24 anos. Entre alguns reforços, o principal dele é o lateral-esquerdo Giancarlo Carmona, e-San Lorenzo da Argentina, que é da seleção peruana.

O Alianza é o único entre os grandes do Peru que nunca chegou a uma final de Libertadores. O Universitario chegou lá em 1972; o Sporting Cristal, em 1997. Ambos perderam para Independiente e Cruzeiro, respectivamente. Em 2011, passar de fase é um objetivo interessante.

CRAQUE DO TIME: O atacante colombiano Jhonnier Montaño, de 29 anos. Habilidoso e veloz.

PRINCIPAL CONTRATAÇÃO: O lateral-esquerdo Giancarlo Carmona, ex-San Lorenzo, da Argentina. Atua pela seleção peruana.

CURIOSIDADE: O clube tem esse nome em homenagem a um estábulo de Lima que pertencia ao presidente peruano à época, Augusto Leguía.

PARTICIPAÇÕES NA LIBERTADORES: 1963, 1964, 1966, 1972, 1976, 1978, 1979, 1983, 1987, 1988, 1994, 1995, 1997, 1998, 2000, 2002, 2003, 2004, 2005, 2007, 2010, 2011, 2012 (23 vezes). Nunca foi campeão.

SITE OFICIAL: http://www.clubalianzalima.com/

Club NACIONAL de Football (URU)

Um dos mais tradicionais clubes da América do Sul, o tricampeão da Libertadores Nacional perdeu muito do brilho que tinha até a década de 1980. Só que a ascensão recente do futebol uruguaio, com a grande campanha da seleção Celeste na Copa do Mundo, a classificação da mesma para os Jogos Olímpicos e a volta por cima do rival Peñarol na Libertadores 2011 fazem o Nacional pensar grande para esta temporada.

Na temporada 2012 o time é comandado pelo ex-jogador argentino Marcelo Gallardo, que se aposentou jogando pelo clube na última temporada. Em campo, um time com destaques veteranos.

A zaga, velha e pesada, pode ser bem explorada pelo Vasco, que tem os rápidos Diego Souza e Alecsandro: Diego Placente (34 anos), Andrés Scotti (36 anos) e o brasileiro Jadson Vieira, de 30 anos.

Na meia, o famoso Álvaro Recoba, que já foi o jogador com o maior salário no mundo, é o dono da brincadeira. Ele está por fazer 36 anos. No ataque, o recém-contratado Vicente Sánchez, que estava no América do México, foi contratado.

CRAQUE DO TIME: O veteraníssimo meia-atacante Álvaro Recoba, de 36 anos.

MELHOR CONTRATAÇÃO: O zagueiro veterano Andrés Scotti, de 36 anos. Foi campeão da Copa América com o Uruguai no ano passado.

CURIOSIDADE: É normal as equipes terem mudado algumas vezes de uniforme e distintivo ao longo da existência. O Nacional, por sua vez, mantém a mesma bandeira, uniforme e escudo desde 1902, quando houve a única mudança O clube foi fundado em 1899.

PARTICIPAÇÕES EM LIBERTADORES: 1962, 1964, 1966, 1967, 1968, 1969, 1970, 1971, 1972, 1973, 1974, 1976, 1979, 1980, 1981, 1983, 1984, 1988, 1989, 1991, 1992, 1993, 1994, 1997, 1998, 1999, 2000, 2001, 2002, 2003, 2004, 2005, 2006, 2007, 2008, 2009, 2010 e 2011 (39 vezes). Campeão em 1971, 1980 e 1988.

SITE OFICIAL: http://www.nacional.com.uy/

Club LIBERTAD (PAR)

Força do futebol paraguaio, o Libertad tem conseguido ofuscar o brilho dos mais tradicionais Olímpia, Cerro Porteño nos campeonatos nacionais: venceu cinco títulos do país nas últimas seis temporadas. Participa de todas as edições da Libertadores desde 2003. Chegou à semifinal em 1977 e 2006.

Los Gumarelos, como são conhecidos, venceram com folga o El Nacional, do Equador, na Pré-Libertadores e caíram o no grupo do Vasco. O time é comandado pelo argentino Jorge Burruchaga, que, quando jogador, marcou o gol da vitória da Argentina sobre a Alemanha Ocidental na Copa de 1986.

O time tem alguma habilidade e joga duro, sobretudo quando atua em casa. O destaque é o meia Rodolfo Gamarra, de 24 anos. É técnico e bom de cobranças de faltas. É, por enquanto, reserva da seleção nacional.

CRAQUE DO TIME: O meia Rodolfo Gamarra, armador.

PRINCIPAL CONTRATAÇÃO: O atacante argentino Nicolás Pavlovich, ex-Kaiserslautern.

CURIOSIDADE: O Libertad briga com o Guaraní pela alcunha de terceira força do futebol paraguaio. As duas equipes estão em ascenção: o Guaraní levou o torneio Apertura 2010, o Libertado, o Clausura 2010 - são os dois campeonatos nacionais disputados no país todo ano. É melhor os tradicionais Olímpia e Cerro Porteño abrirem os olhos.

PARTICIPAÇÕES EM LIBERTADORES: 1968, 1977, 1978, 2003, 2004, 2005, 2006, 2007, 2008, 2009, 2010, 2011 e 2012 (12 vezes) Nunca foi campeão.

SITE OFICIAL: http://www.clublibertad.com.py/

Fonte: Yahoo