Com orgulho, o Vasco expõe em São Januário a relação de seus títulos mais importantes. E entre os oito citados, Felipe participou de nada menos do que seis. O considerado mais importante – certamente o mais marcante – é o da Libertadores, conquistado em 1998. Campeão vencendo o Barcelona de Guaiaquil e sendo considerado um jovem em ascensão, ele retorna à competição como uma referência e símbolo de experiência. Por isso, sabe exatamente o que a equipe vai encontrar pela frente a partir desta quarta-feira, quando recebe o Nacional do Uruguai. E entende que, para levantar a taça mais uma vez, será necessário ainda mais do que foi alcançado há 14 anos.
Qual é o clima do Vasco para este retorno à Libertadores?
A Libertadores é uma competição diferente, e a expectativa de todos nós é que o Vasco faça uma boa campanha. O time vem bem no Campeonato Carioca, mas agora é totalmente diferente. Nesta quarta-feira já temos um jogo importante em casa e precisamos vencer para começarmos bem. Para a equipe ter êxito, todo mundo precisa estar em sua melhor condição.
O que você quer dizer quando fala que a Libertadores é uma competição diferente?
O time sofre uma pressão maior e precisa lidar com a catimba dos sul-americanos. Além disso, nós não falamos a mesma língua dos árbitros. Nas partidas é preciso tranquilidade para encarar algumas dificuldades que acontecem até mesmo fora de campo. Por exemplo, já tive que enfrentar torcida adversária soltando fogos de madrugada na porta do hotel e tinta fresca no vestiário.
Um grupo com Vasco, Nacional do Uruguai, Libertad, do Paraguai, e Alianza Lima pode ser considerado o mais difícil da Libertadores?
Não conheço muito bem os outros grupos, mas tenho certeza de que todos são muito complicados. Desde 1998, quando fomos campeões, até hoje, houve uma grande evolução no futebol sul-americano. Deixou de ser somente aquele duelo Brasil x Argentina e hoje há times fortes no Equador e no Chile, por exemplo. Está ainda mais complicado de conquistar o título. Lembro que a semifinal que disputamos contra o River Plate foi considerada uma decisão antecipada da Libertadores porque quem se classificasse enfrentaria o Barcelona de Guaiaquil. Hoje não é mais assim.
O Vasco sempre apostou em São Januário como um importante trunfo em todas as competições. Na Libertadores esse aspecto é ainda mais relevante?
Na Libertadores é ainda mais importante vencer aqui. Mas o curioso é que, nessa competição, muitas vezes se torna mais fácil atacar atuando na casa do adversário, que por jogar em seu estádio adota uma postura mais ofensiva e deixa espaços para os nossos contra-ataques. A expectativa é de que o Vasco jogue em São Januário enfrentando times retrancados.
Acredita que voltar à Libertadores após 11 anos crie no Vasco um sentimento de muita ansiedade que em algum momento pode atrapalhar?
O time pode jogar com um grande apetite por disputar uma competição tão importante ou pode sentir-se desacostumado. Mas espero que seja o lado bom dessa moeda e confio que vai ser assim. Afinal, temos um grupo que conta com jogadores que foram campeões da Libertadores e com jovens que querem mostrar seu valor. Essa mescla é muito importante.
Fonte: GloboEsporte.com