Edmundo relembra infância em São Gonçalo antes de brilhar no Vasco

“A h, é Edmundo!”. A recepção continua a mesma da época em que encantava os vascaínos pelos estádios brasileiros. Frequentador dos campos de várzea de São Gonçalo na infância e adolescência, o ex-camisa 7 do Vasco voltou ao município em janeiro para inaugurar uma loja oficial do clube e atraiu mais de dois mil torcedores. Nascido no Fonseca, em Niterói, Edmundo foi morar em São Gonçalo ainda criança, no bairro Vila Lage e depois no Barro Vermelho.

Apaixonado pelo futebol desde criança – quando o esporte ainda era uma diversão e estava longe de se tornar profissão para ele – Edmundo costumava jogar ‘peladas’ nos campos gonçalenses. Na lembrança, partidas jogadas nos bairros onde morou e também no Jardim Catarina.

“Era coisa de criança mesmo, que é apaixonada pelo futebol. Rodava vários campos de São Gonçalo para jogar futebol com os amigos. Lembro que só no Jardim Catarina era mais de 30 campos e joguei em todos. Não sei nem se há essa quantidade ainda”, contou o ex-atacante.

Ainda quando morava em Niterói, Edmundo jogava futsal no Clube Fonseca. Em São Gonçalo, foi mais um garoto da escolinha de Miroca, no Mauá, local conhecido como celeiro de craque, que revelou vários nomes para o futebol brasileiro. “Fiquei jogando em São Gonçalo até os 17 anos, quando fui atuar pelo Botafogo. Pela distância, acabei morando na concentração, pois não queria me atrasar nos treinamentos”.

Após mais de 20 anos de ter saído de São Gonçalo para buscar o sucesso no futebol, Edmundo disse que ficou surpreso com a recepção que teve na inauguração da loja no mês passado. “É muito bom receber esse carinho da torcida. Isso mostra o quanto sou respeitado por eles. Sempre que posso venho visitar meus parentes em São Gonçalo. Tenho tios e primos morando na cidade. Fico feliz em ver que a cidade está crescendo. Hoje, há dois shoppings, fato que não existia antes”, revelou o ex-atleta.

Despedida – Vascaíno confesso, Edmundo ainda deseja fazer um jogo de despedida com a camisa do Vasco, clube onde ‘pendurou’ as chuteiras no final de 2008. A data já está definida. A partida será realizada, no dia 23 de março, contra o Barcelona de Guayaquil, do Equador, em São Januário. O confronto trará lembranças para o ex-camisa 7.

“Falaram no Barcelona de Guayaquil. Esse time fez um dos jogos mais importantes da história do Vasco, que foi a final da Taça Libertadores em 1998. Eu gostaria muito de ter participado dessa partida, mas infelizmente não estava no clube”, contou.

Trajetória – Depois de defender o juvenil do Botafogo, Edmundo chegou ao Vasco, seu clube de coração. Começou a se destacar em 1991, ainda nos juniores. No ano seguinte, foi lançado no profissional, sendo considerado a revelação do Campeonato Carioca, título conquistado pelo Vasco.

Em 1993, foi comprado pelo Palmeiras, clube que foi bicampeão Brasileiro e Paulista (em 1993 e 1994) e do Torneio Rio-São Paulo (1993). Nessa época ganhou o apelido de ‘Animal’, do narrador Osmar Santos, por conta do seu estilo de jogo e também por seu temperamento explosivo.

Antes de retornar ao Vasco, Edmundo teve rápidas passagens por Flamengo e Corinthians. Em São Januário, foi campeão Brasileiro em 1997, quando foi o craque da competição e artilheiro com 29 gols, recorde na época. Com isso, foi vendido para a Fiorentina, da Itália, e também convocado para a Copa do Mundo da França em 1998, quando a Seleção Brasileira foi vice-campeã. Com a ‘amarelinha’, o ex-camisa 7 já tinha sido campeão da Copa América em 1997.

Edmundo ainda defendeu vários clubes brasileiros e do exterior: Santos, Napoli (Itália), Cruzeiro, Tokyo Verdi (Japão), Urawa Red Diamonds (Japão), Fluminense, Nova Iguaçu e Figueirense.

Antes de encerrar a carreira de profissional, Edmundo voltou a defender o Palmeiras e o Vasco, os dois clubes que mais se identificou. Atualmente, aos 41 anos, o ex-atacante é comentarista esportivo da TV Bandeirantes.