Seja como mandante ou visitante, o torcedor do Vasco não tem tido vida fácil em jogos com público suficiente para lotar o estádio. Na última quarta-feira, o time voltou a Moça Bonita depois de oito anos e a recepção a uma parte da torcida não foi das melhores. Cerca de 200 vascaínos, a maioria com ingressos, não conseguiu entrar no estádio, porque, sob alegação de medida de segurança, policiais militares, que trabalhavam na partida, fecharam os portões do estádio. Houve protestos e confusão. No confronto, a PM usou de armas não letais como gás lacrimogênio contra torcedores do Vasco, atingindo crianças e até os jogadores em campo. A direção do clube, no entanto, não pretende tomar providências em relação ao ocorrido.
Mandante da partida, o Bangu garantiu que não houve superlotação do estádio. A capacidade aprovada pela PM e pelo Corpo de Bombeiros de 8.500 espectadores não foi esgotada. Do total de 7.888 ingressos postos à venda, foram vendidos pouco mais de 6.600.
— Havia muita gente lá fora querendo entrar, e a PM achou melhor manter os portões fechados por segurança, pois estavam tentando invadir. Havia torcedor sem ingresso também — disse o presidente do Bangu, Jorge Varella, lembrando que algo semelhante ocorrera na partida do Fluminense no estádio, mas sem maiores incidentes.
Representante do Gepe, na ausência do tenente-coronel Fiorentini, o major Maycon Macedo negou que tenha havido excesso de força por parte dos policiais. Ele afirmou que a ação foi tomada para evitar invasão e mais confusão.
Como a parte destinada à torcida do Vasco já estava lotada e ainda havia a venda de ingressos no local, a PM segurou a entrada. A solução encontrada foi fazer um cordão de segurança na área atrás do gol onde estava os torcedores do Bangu, em número bastante reduzido. Mas, segundo a PM, os torcedores impacientes não quiseram aguardar.
— Eles se revoltaram e tentaram resolver na força, empurrando o portão. A polícia não podia deixá-los entrar na área lotada, pois havia risco de acidentes. A resposta da PM foi à tentativa de invasão ao estádio e, mesmo depois de controlado, por segurança, os portões permaneceram fechados — disse.
Em São Januário, nos jogos de grande apelo, a dificuldade na entrada é comum. O clube sempre pede para que os torcedores cheguem cedo para evitar tumultos. Mas a maioria deixa para entrar no estádio próximo ao início da partida e as atuais entradas do estádio não dão vazão. Como ocorreu nas partidas decisivas da Copa do Brasil e em jogos de casa cheia do Brasileiro, como Corinthians e São Paulo.
Fonte: Extra online