Geovani atuou durante doze anos com a camisa do Vasco, conquistou dez títulos, disputou 408 jogos e marcou 49 gols, mas não é só por isso que ele é considerado um dos grandes ídolos da história do cruzmaltino. Quem o viu jogar não se cansa de relembrar os lances, os dribles, os gols, os lançamentos perfeitos, os toques de primeiras e a genialidade de um dos jogadores mais técnicos que vestiram a camisa do Gigante da Colina.
Chamado carinhosamente de 'Pequeno Príncipe' pelos vascaínos, que aprenderam a amá-lo durante sua trajetória em São Januário, o capixaba superou recentemente a Polineuropatia, doença que afetou alguns de seus movimentos, e hoje não se cansa de voltar ao palco de suas grandes exibições.
Com um sorristo no rosto, o ídolo conversou com a reportagem do SuperVasco.com e relembrou momentos de sua vitoriosa carreira. Além disso, o antigo camisa 8 da Colina falou sobre sua amizade com Roberto Dinamite, pediu mais chances para o filho Andrey na equipe de juniores e fez juras de amor ao cruzmaltino, clube que segundo ele é o do seu coração.
Confira a entrevista exclusiva com Geovani, grande ídolo vascaíno:
Você é apontado pela imensa torcida vascaína como um dos maiores ídolos da história do clube. A prova do carinho da mesma por você pode ser vista em São Januário, onde ainda podemos observar muitas pessoas vestidas com a sua camisa. Como você recebe todo esse carinho do torcedor vascaíno, que te chama até hoje de 'pequeno príncipe'?
"Me sinto honrado por receber um grande carinho dos torcedores vascaínos. Isso significa que fui um jogador importante no tempo em que joguei nesse grande clube, que está no meu coração".
Você chegou ao Vasco vindo do Vitória, do Espírito Santo, e logo despontou como uma das maiores promessas do futebol brasileiro, chegando até a ser eleito o melhor jogador do Mundo na categoria Juniores. Na sua opinião, o que faltou para você ter o sucesso como companheiros seus Bebeto, Dunga e Jorginho na Seleção principal?
"Acho que único erro meu foi ter ido embora para a Itália depois das Eliminatórias. Se estivesse ficado no Brasil teria jogado a Copa do Mundo de 1990 como jogador do Vasco. Foi isso que faltou".
Muitos dizem que os seus melhores momentos com a camisa vascaína ocorreram nos anos de 1987 e 1988, quando você fez parte do elenco que conquistou o bicampeonato carioca e fez uma bela campanha no Campeonato Brasileiro. Você concorda? Aproveitando, nos fale quais foram os momentos mais alegres que você viveu dentro do Vasco?
"Sim. Diria que os melhores momentos aconteceram entre os anos 86 e 89, antes da minha ida pra Itália. Nesses anos sempre eu estava entre os melhores jogadores do Brasil. Todos os anos em que eu entrei em campo com a camisa do Vasco da Gama foram felizes. Era uma alegria imensa jogar pelo clube do meu coração".
Após brilhar nesses dois anos, vocÊ se transferiu para o futebol europeu, mas voltou rapidamente ao futebol brasileiro, mais precisamente para o Vasco. O que te atrapalhou na Itália?
"Foi o fato de ter ido para um clube que não disputava títulos e brigava para não cair para a segunda divisão. Mesmo assim conseguimos naquele ano classificar o Bologna para a Copa da Uefa, fato inédito para o clube".
Podemos dizer que uma das maiores decepções da sua carreira foi não ter conseguido disputar a Copa 1990, que foi realizada na Itália?
"Sim, com certeza, pois estava na minha melhor fase e entre os melhores do Brasil. Não fui convocado pelo Lazaroni por opção dele. Não estava mais no Vasco, mas assim que voltei da Itália para o Brasil no mesmo ano fui convocado novamente para a Seleção".
Em seus últimos momentos com a camisa do Vasco, você ajudou o clube da Colina a conquistar alguns títulos Estaduais. O que você pode falar sobre essas conquistas e sobre os jogadores que fizeram parte dela?
"É...foram os titulos de 92 e 93, no bicampeonato carioca. Esse momento foi importante para mim também, porque estava jogando com jogadores que mais para frente fizeram história no Vasco da Gama e no Mundo".
O momento atual do Vasco é muito bom, mas recentemente o clube passou por um longo período longe dos holofotes. Como foi para você ver um time da grandeza e da tradição do Vasco sofrer tanto na última década?
"Foi muito triste ver o Vasco da Gama ficar tanto tempo sem ganhar títulos. Um clube com a grandeza do Vasco não pode ficar tanto tempo sem dar alegrias a sua grande torcida".
Você e o Roberto Dinamite são muito amigos e por curiosidade o Vasco voltou a levantar seu nome no cenário nacional após ele assumir a presidência do clube. Acredita que o Dinamite é responsável pelo atual momento do Vasco? Aproveitando, nos fale um pouco da sua amizade com ele.
"Sim, pelo grande cárater e grande trabalho que ele faz. Espero poder ajudá-lo em tudo que for possével. Estou a disposição para ajudar em qualquer ocasião que for solicitado".
Como você vê o atual momento do Vasco? Gosta do grupo de jogadores?
"Vejo um grupo muito forte, com varias opções e onde todos possuem condições de se destacar. O Juninho e o Felipe são os grandes maestros dessa equipe".
Seu filho Andrey faz parte da equipe de juniores do Vasco e há quem diga que o estilo de jogo dele é igual ao seu. O que você poderia falar sobre ele? Acredita que ele pode repetir seus passos no profissional do Vasco?
"Se o Andrey tiver oportunidade necessária dentro do Vasco, ele irá mostrar todo seu valor, pois tem qualidade e poder ser tornar um grande jogador para o clube. Isso é o que eu mais desejo. Para isso, basta o Vasco cuidar dos jogadores da sua base com bons olhos".
Você aceitaria voltar ao Vasco para trabalhar em algum cargo no clube?
"Com certeza, desde momento que recebesse o convite oficial para trabalhar no clube pelo qual tenho o maior carinho. Seria a realização de um sonho voltar a ser útil para o Vasco da Gama. Deixaria tudo só para me dedicar ao clube do meu coração, principalmente tendo como maior obejtivo ajudar o meu amigo e presidente Roberto Dinamite".
Que mensagem você deixaria para o torcedor e leitor do SuperVasco.com?
"O sentimento não pode parar, o sentimento não pode parar jamais!".
Fonte: Supervasco