Na primeira vez, eles ameaçaram. Como a questão dos salários atrasados ainda está longe de ser 100% equacionada, os jogadores, de fato, fizeram valer a intenção de não concentrar para a partida desta quarta-feira, contra o Bangu, às 17h, em Moça Bonita, com transmissão em tempo real pelo LANCENET!.
Após uma nova reunião com a diretoria, encabeçada pelos líderes do elenco Felipe, Juninho, Alecsandro, Diego Souza e Fernando Prass, os atletas ficaram irredutíveis e impuseram esta situação como forma de amenizar a questão dos vencimentos que não estão em dia.
Daniel Freitas, diretor executivo do Vasco, e que vem sendo uma espécie de interlocutor entre outros membros da diretoria e o elenco, ainda tentou demover os jogadores da ideia, mas como não tinha informações claras sobre a data do pagamento dos débitos, acabou tendo que aceitar a condição estabelecida pelo grupo.
Deste modo, eles são aguardados nesta quarta-feira, às 10h, no hotel onde a equipe costuma se concentrar.
– Os jogadores irão se apresentar às 10h no hotel. Lá almoçarão, terão a preleção e depois seguirão para Moça Bonita – disse Daniel Freitas, que tem a confiança do grupo.
Nas bastasse a falta de 13, do mês de dezembro e de parte dos direitos de imagem, o time terá pela frente Bangu e seu acalorado clima, agravado pelo horário da partida e com o gramado em condições ruins.
Apesar de tanta adversidade, o discurso continua sendo o do profissionalismo. Diego Souza diz que a única preocupação é o adversário:
– Temos que nos preocupar com o Bangu. Estamos preparados para sol, campo ruim... Não podemos ficar inventando muita desculpa. Temos que estar preparados para jogar de igual para igual, independentemente da situação. Vamos para buscar os três pontos.
Juninho e Allan fora. Felipe fará sua estreia
O Vasco terá dois desfalques importantes para a partida desta quarta-feira, contra o Bangu, em Moça Bonita. Os meias Juninho Pernambucano e Allan serão poupados pelo técnico Cristovão Borges. Para o lugar do Reizinho entrará o Maestro Felipe, que fará sua estreia em 2012. Na vaga do jovem meia há uma dúvida entre o apoiador Bernardo e o volante Eduardo Costa.
O fato de poupar Juninho Pernambucano faz parte do planejamento individual feito para o atleta. De acordo com o treinador, o fato dele ter atuado num gramado pesado na última rodada, fruto das fortes chuvas que caíram em Macaé, contribuiu para a decisão.
Allan sofreu uma pancada na altura da cintura diante do Duque de Caxias e ainda sente dificuldades para fazer movimentos.
O zagueiro Dedé, que foi poupado do treino da última terça-feira no Cefan e fez academia em São Januário, foi confirmado por Cristovão e estará em campo na Zona Oeste do Rio.
Em 82, Timão revolucionou
A decisão de concentrar ou não ficou nas mãos dos jogadores do Corinthians, na década de 80, sob uma forma mais ideológica. Após ano ruim em 81, o clube mudou a presidência e o mandatário Waldemar Pires nomeou o sociólogo Adilson Monteiro Alves como diretor de futebol.
Sempre partindo da ideia do diálogo com os atletas, se uniu a jogadores politizados como Sócrates, Wladimir, Casagrande e Zenon e instituiu o conhecimento movimento chamado de “Democracia Corintiana”. Deste modo, os mais diversos assuntos eram decididos por meio de votos. Portanto, não só as concentrações como também escalações, contratações, demissões, entre outros.
Carioca já foi conquistado em Bangu
Nesta quarta-feira, o meia Felipe retornará a um estádio onde já foi campeão. Foi em Moça Bonita, em 1998, que o Vasco, com uma semana de antecedência, garantiu a conquista da Taça Rio e, como já havia vencido a Taça Guanabara, sagrou-se campeão carioca daquele ano.
O zagueiro Mauro Galvão foi o autor do gol que deu a vitória ao cruz-maltino. Ele balançou a rede já nos acréscimos da partida.
Após um apagão, o jogo voltou apenas depois de 30 minutos. Para o Vasco, só interessava o triunfo para conseguir o título.
Na ocasião, o Carioca foi disputado com um fórmula diferente da atual. Depois de uma fase seletiva, os dois turnos foram disputados em sistema de todos contra todos. O que diferenciava a Taça Guanabara da Taça Rio era o mando de campo.
– Naquele jogo e na maioria dos outros jogos, o clima sempre foi favorável por ter mais torcedores do Vasco. No jogo decisivo de 98, o torcedores sentiam que o Carioca iria acabar ali. A gente queria conquistar o primeiro título no ano do centenário – disse Mauro Galvão.
Após o jogo, vascaínos invadiram o gramado para comemorar.
Fonte: Lancenet