Juninho Pernambucano, que marcou um golaço na vitória deste domingo, completa 37 anos nesta segunda-feira (30). O eterno Reizinho da Colina chegou ao Vasco em 1995 como uma jovem promessa do Sport, assim como ocorreu com os seus conterrâneos Ademir Menezes e Vavá, atletas com grande destaque na história vascaína.
Em sua primeira temporada pelo Cruz-Maltino, acabou chamando a atenção da comissão técnica pelo comprometimento, facilidade de chutar e lançar a bola e com as ótimas atuações quando tinha a oportunidade de jogar. O seu primeiro gol ocorreu na vitória por 5 a 3 diante do Santos - o placar chegou a estar 2 a 0 para a equipe paulista.
Após um ano (1997) de muito aprendizado para Juninho e para as outras promessas vascaínas, como Felipe e Pedrinho, ele acabou se firmando no cenário nacional e foi um dos grandes nomes do time que conquistou o Tricampeonato brasileiro. O elenco contava com jogadores como Carlos Germano, Mauro Galvão, Evair e Edmundo.
O ano seguinte foi muito especial para o Vasco, que completava seu centenário, e para Juninho Pernambucano. O clube manteve quase todos os jogadores visando a conquista da Libertadores da América. Após uma primeira fase regular, o Gigante da Colina passou por Cruzeiro e Grêmio antes da semifinal contra o River Plate, que foi considerada uma final antecipada.
O primeiro jogo foi 1 a 0 para o Vascão em São Januário, mas a partida da volta seria extremamente complicada, pois do outro lado estava uma das melhores equipes da América, que seria empurrada pela sua torcida no Monumental de Nuñez. O River saiu na frente ainda na primeira etapa com o lateral-esquerdo Sorín.
Com o confronto empatado, Antônio Lopes decidiu colocar Juninho Pernambucano no lugar de Luizão no decorrer do segundo tempo. Aos 37 minutos, Vágner sofreu uma falta de muito longe da baliza defendida por Burgos. O Reizinho se preparou para a cobrança que o marcaria na história do Gigante da Colina. Nela, fez uma obra de arte, classificando o time para a final.
O Cruz-Maltino faturou a Libertadores ao vencer o Barcelona-EQU nos dois jogos finais. Enfrentou o Real Madrid-ESP na final do Mundial, em que o Reizinho fez um golaço, porém sem evitar a derrota para os espanhóis. No ano seguinte, Juninho voltou a ser decisivo ao fazer um dos gols do título do Rio-São Paulo sobre o Santos.
O meia também foi uma das principais peças nas conquistas de 2000. A primeira taça veio após uma virada épica sobre o Palmeiras, em pleno Parque Antártica, na final da Mercosul. Os palmeirenses terminaram o primeiro tempo com o placar de 3 a 0 em seu favor. Na etapa complementar, o Vascão mostrou porque é chamado de o time da virada, fazendo 4 a 3 e se sagrando campeão.
Juninho demonstrou todo o seu espírito de liderança e identificação com a torcida nesta final ao ganhar uma disputa de bola na linha lateral, virar-se para os torcedores e bater no peito, com muito orgulho, quando o jogo estava empatado em 3 a 3.
O camisa 8, que naquele ano usou o número 31, fez sua última partida pelo clube antes de se transferir para o exterior na final do Campeonato Brasileiro contra o São Caetano vencida por 3 a 1, com direito a novo golaço decisivo do meia. O Reizinho, diferente do habitual, comemorou de maneira comedida, com uma mistura de sentimentos naquele instante, pois estava prestes a conquistar mais um brasileiro pelo Gigante da Colina e a deixar o clube, mas com a promessa de um dia voltar.
Enquanto esteve fora de sua casa, Juninho sempre foi lembrado e enaltecido pela torcida vascaína, que em 2007 fez uma música que entrelaça São Januário, o Expresso da Vitória e homenageia o ídolo e o seu golaço no Monumental de Nuñez.
Após 11 anos no exterior, o Reizinho retornou à Colina Sagrada e aos braços de seus fiéis súditos cruzmaltinos com uma bela festa em São Januário. Desde sua reestreia diante do Corinthias, no Pacaembu, quando marcou um belo gol de falta, o camisa 8, e agora capitão, tem sido fundamental para o time no convívio diário com os mais novos, e decisivo dentro de campo, como na bela atuação deste domingo (29). Juninho parece ser como um belo vinho português, que só melhora com o tempo.
Fonte: Site oficial do Vasco