Que cruel! Ainda com salários atrasados, os jogadores do Vasco entram em campo neste domingo, às 17h, no Estádio Cláudio Moacyr de Azevedo, em Macaé (RJ), contra o Duque de Caxias, com transmissão em tempo real pelo LNET!, buscando a vitória não só pelo objetivo competitivo, mas, de certo modo, como um “outdoor ambulante”, tentando atrair um patrocínio que salve a saúde financeira do clube.
Esta é a alternativa viável, afinal, se entregar ao desânimo por conta do dinheiro que não vem pode até piorar as coisas. Envergando o quase limpo manto vascaíno (só com a Eletrobras), eles esperam que, com os êxitos em campo, logo a cruz-de-malta tenha companhia de outras marcas.
Disposição eles garantem que não vai faltar, e costumam lembrar que quando conquistaram a Copa do Brasil a situação era a mesma. O discurso é o do profissionalismo.
– Espero que o lado negativo fique fora de campo. O objetivo é ir para o jogo e conseguir o que queremos, que é dar respaldo à diretoria e mostrar que ela tem jogadores profissionais em campo e que não vão deixar de fazer o seu trabalho – destacou o atacante Alecsandro, um dos líderes do elenco.
O camisa 9, porém, admite que um possível insucesso em campo pode gerar especulações quanto à postura da equipe. Nada melhor, então, que buscar os três pontos e a segunda vitória na Taça Guanabara e no Moacyrzão.
– Como essa situação veio a público, pode, sim, existir esse tipo de especulação em função do que estamos vivendo. Então, o melhor de tudo é sempre conseguir os resultados – ressaltou o atacante.
Na última sexta-feira, o Vasco quitou parte dos direitos de imagem que estavam atrasados. O clube, além disso, ainda deve o 13 e o mês de dezembro para jogadores e funcionários.
Títulos para aliviar
Uma das alternativas para, quem sabe, aliviar o bolso dos jogadores e funcionários está diretamente ligada ao desempenho em campo da equipe. Afinal, em caso de conquista das três competições que disputará este ano, o Vasco poderá faturar, no total, cerca de R$ 23,8 milhões em premiação.
Somente a Copa Libertadores, por exemplo, gera R$ 14,8 milhões, somando, a isto, a premiação por conta da participação no Mundial Interclubes, direito concedido a quem conquista o torneio. Vale destacar, porém, que na competição sul-americana, a cada fase disputada há uma verba a receber. Somente na fase de grupos, por exemplo, o R$ 212 mil estão garantidos.
O Campeonato Brasileiro de 2012 ainda não tem sua premiação divulgada, mas, a do ano passado, por exemplo, rendeu aos cofres corintianos R$ 8 milhões.
A competição menos rentável para o Vasco este ano é justamente o Campeonato Carioca. A Ferj não tem o costume de divulgar a bonificação, mas estima-se que ela girará em torno de R$ 1 milhão.
Daniel Freitas é o autêntico bombeiro
Tenente-coronel do Corpo de Bombeiros, o diretor executivo do Vasco, Daniel Freitas, já deixou claro, algumas vezes, não gostar de ser referido como “Coronel”, no entanto, tem sido difícil, no início de sua nova função no clube, se desvincular de tal imagem, afinal, ele vem sendo o principal responsável por apagar os focos de incêndio no elenco vascaíno.
Com a confiança dos jogadores, o dirigente tem sido o representante dos atletas nas delicadas conversas com a diretoria.
Como forma de provar que está ao lado do elenco, Daniel, por ora, suspendeu toda e qualquer tipo de negociação de reforços, já que poderia causar algum tipo de constrangimento com o grupo.
Na base do diálogo, conseguiu convencê-los a concentrar para a partida deste domingo.
O técnico Cristovão Borges garante que nada influenciará na partida contra o Duque:
– O comportamento deles nunca mudou em nada. Quando temos problemas, ajuda termos formado um grupo com bastante experiência. Nós somos transparentes uns com os outros, conversamos objetivamente, de forma aberta e direta.
Fonte: Lancenet