Apesar de o Vasco estrear na Libertadores em pouco menos de um mês, o presidente Roberto Dinamite, em visita à redação do L!, se mostrou preocupado mesmo com a estreia no Carioca, domingo, contra o Americano, em Macaé. Com o início de ano ruim que o time teve em 2011 ainda recente na memória, o mandatário ressalta a importância de se conquistar vitórias e, de preferência, já garantir a vaga na final do Estadual de forma antecipada.
- A coisa mais importante para nós, hoje, é o Campeonato Estadual. A Libertadores é em um segundo momento. Vamos focar neste primeiro turno. Para projetarmos outras coisas, temos de pensar em fazer um grande primeiro turno e tentar conquistá-lo. Essa é a forma de, em um segundo momento, focar em outro torneio, como a Libertadores.
Abaixo, o bate-papo completo de Dinamite com o L!NET:
Então, apesar de saber do peso da Libertadores, você pensa primeiramente no Campeonato Carioca?
Primeiro turno do Carioca é a principal meta para podemos ter. Claro que está tudo muito junto... Então, é fundamental estar bem dentro do Carioca, começar com resultados positivos. Quando começa bem o Carioca, vai mais solto para adquirir o condicionamento. No ano passado foi o contrário: perdemos uma, duas, três... Até você se situar novamente é muito complicado.
Essas palavras são de um presidente que sabe o quanto um início de ano pode pesar emocionalmente no grupo?
Nada melhor do que começar bem para pensar em Libertadores. Entra com mais moral, mais solto. Senão já entra com outra
obrigação. Se iniciar bem, a tendência é ir subindo e o desgaste emocional ser menor.
Pode-se dizer, então, que o Vasco terá força máxima também no Carioca?
É claro que, os jogadores tendo condições, vamos jogar com força máxima. Se o Vasco puder ter o time que o Cristovão pensa, não tem essa de deixar para segunda parte. Se conseguirmos dar condição de jogo a todos, vamos nessa. O Carioca aumenta a rivalidade entre os quatro grandes clubes.
Agora o clima está quente também fora de campo, com a tensão entre Fla e Flu no caso Thiago Neves. Em quê este racha pode prejudicar a união entre presidentes para defender os interesses do futebol carioca?
Precisamos analisar as situações separadamente. Uma coisa é o interesse do clube, cada presidente luta pelo seu. Mas nós nos unimos para defender questões do futebol do Rio. Agora o clima está meio pesado, mas daqui a pouco passa. O importante é não perder o foco.
E como ex-jogador, qual a sua relação com o Carioca?
É muito legal. O Carioca é um pontapé para projetar algo melhor mais à frente no ano. Existe a rivalidade, ela vai continuar existindo. Quem sai na frente começa o ano podendo gozar o outro. Acho que o Carioca tem um charme e não podemos deixar isso fugir. Precisamos deixar acesa, no bom sentido, esta rivalidade entre os grandes.
Mas na sua época o peso desta competição era diferente...
O Carioca, para nós, era tudo. Era onde tinha o confronto direto, era a vitrine maior para projetar um Brasileiro melhor. Se o time fazia um Carioca bom, se o clube chegasse a essa condição de ir bem, se credenciava a buscar alguma coisa no Brasileiro.
Dizem que é o mais o campeonato charmoso...
Charme porque o Rio reúne quatro grandes forças. São poucos os estados do Brasil que tem em uma mesma cidade os quatro brigando. No Rio são todos aqui, é o "buxixo" de tudo, da brincadeira, da gozação. Eu acho que é o melhor campeonato, fora o Brasileiro, na proporção do charme, da rivalidade. Pode rodar o Brasil, o mundo... Na Espanha tem Barcelona e Real Madri. Na Itália tem três ou quatro brigando. Mas aqui a proporção é grande. São quatro grandes, é especial.
Fonte: Lancenet