Depois de 10 anos sem disputar o Campeonato Carioca, em entrevista Rádio Brasil, Juninho fala sobre o campeonato e sua vontade de disputá-lo.
Depois desse trabalho da pré-temporada, você já se considera em condições de entrar em campo?
“Eu volto com a mesma cabeça, de colaborar e ajudar o Vasco, é lógico que tenho sempre vontade de jogar, o rodízio que o Cristóvão fez e que o Ricardo fazia antes ele foi muito importante não só no meu caso e do Felipe, mas eu acho que ele sempre soube escolher os melhores jogadores para os próximos jogos, e eu acho que eu to em condição como todos os outros de começar o Campeonato Carioca domingo, ninguém tá em forma 100%, é lógico, eu to com vontade de jogar e acho que vou participar sim já da estréia e eu espero começar com uma boa vitória, sabendo que vai ser um jogo difícil, mas importante sempre na estréia é vencer, não tem essa obrigação de jogar bem, é tentar vencer e 1 a 0 já seria super importante pra gente.”
Você tá retornando ao Campeonato Carioca depois de mais de 10 anos sem disputar essa competição, o que você acha que vai encontrar agora em 2012?
“O Campeonato Carioca eu sempre participei e não tive muita sorte de ganhar, a gente sempre tava chegando ali e na maioria das vezes a gente perdia as finais, ganhamos apenas em 98, no ano do centenário, mas é um campeonato gostoso. O campeonato estadual de uma forma geral faz parte da nossa cultura e eu gosto do Campeonato Carioca porque a cultura do futebol carioca é valorizar a qualidade, o bom jogador, isso que é diferente de outras competições que se visam mais a parte física, o contato. Acho que o Carioca ele é mais ligado a essa parte da qualidade, porque começa todo mundo praticamente jogando ali na praia, na rua, na areia, e acaba que exige mais uma pressão pelo bom futebol. É lógico que sempre o início para os grandes clubes é um pouco diferente, porque a gente tem um pouco menos de tempo para trabalhar e é isso que fez equilibrar os campeonatos estaduais em todos os Estados na minha opinião, mas eu to ansioso pra voltar a jogar e espero chegar a final e ser campeão carioca dessa vez.”
As opiniões sobre os campeonatos estaduais são diversas. Qual sua opinião sobre isso, você acha que esse formato é o adequado, considerando a competição importante que o Vasco tem que é a Libertadores?
“Eu acho que se a gente pudesse escolher e se a gente vivesse uma situação em que os clubes fossem equilibrados economicamente, tanto da primeira, segunda, terceira e quarta divisão hoje, poderíamos escolher as competições hoje e privilegiar o Campeonato Brasileiro, mas por duas razões: a primeira é que o campeonato estadual dá emprego a muita gente, dá a oportunidade aos times pequenos de jogarem, aos jogadores que nunca chegaram em clubes grandes de terem a oportunidade de mostrarem seu futebol e poderem um dia chegar mais alto, e também, faz parte da nossa cultura, da rivalidade dos clássicos, todo Estado tem seus clássicos, e eu acho que o próprio torcedor gosta e também ajuda a pagar o salário dos atletas, então acho que hoje ainda é uma necessidade do nosso futebol, nós precisamos desse campeonato, mas é lógico que é bem desgastante, é praticamente impossível a gente apresentar ai e ter 10, 15 dias pra entrar em forma, mas eu acho que a vontade de jogar e todo esse calor do verão que a gente encontra faz com que a gente se esforce pra entrar em forma mais rápido. Eu sou a favor do Campeonato Estadual, mas sei que também é desgastante.”
Você acha que a falta de um objetivo específico, claro, o título é importante, mas não ter uma classificação pra outra competição, não ter nada específico, nenhum atrativo dessa forma, tira muito da vontade de acompanhar até do próprio torcedor, de acompanhar essa competição?
“Não, eu acho que esse ano, praticamente o Campeonato Carioca tem três times na Libertadores, talvez por isso esse ano a gente esteja mais concentrado nisso ai, mas é muito perigoso também você não dar importância ao Campeonato Carioca e privilegiar a Libertadores, porque você acaba sendo eliminado dos dois e acaba perdendo o semestre. Então eu acho que é importante o Campeonato Carioca pela rivalidade, pela história e é lógico que se você tem um jogo do Campeonato Carioca no meio da semana e você tem um jogo importante na Libertadores, então se dê preferência ao rodízio como a gente falou e preparar um outro time pra esse jogo da Libertadores, mas eu não acho que por não dar uma classificação para uma competição mais importante ele deixa de ter importância, ele faz parte da nossa cultura, é lógico que todo ano a gente conversa e discute pra saber qual é o melhor regulamento para o campeonato, eu acho que esse do Campeonato Carioca ainda é um dos melhores regulamentos para um campeonato estadual, talvez seja o campeonato estadual em que se jogue menos, tem campeonatos estaduais que todo mundo se enfrenta e depois, como o paulista que tem poucos jogos a mais, mas eu acho que a gente vai continuar sempre falando e vai chegar no final a conclusão de que a gente precisa dos estaduais porque dá condição e dá trabalho pra muita gente também.”
O que você acha que, 10 anos depois, vai encontrar de mudança no profissionalismo e estilo de jogo nessas equipes de menor investimento, acha que mudou muito?
“Como eu falei da Sul-Americana, os campeonatos estaduais, hoje os grandes entram como favoritos, mas encontram times menores mais estruturados, mais profissionais, com melhores condições de trabalho e às vezes tem times pequenos que tem melhores estruturas de trabalho do que os times grandes, principalmente no Rio. Tem times da primeira divisão do Campeonato Paulista que com certeza tem centros de treinamento melhores, que clubes grandes do Rio ainda não têm, então acho que a gente encontra adversários mais preparados, jogadores que perceberam a oportunidade de jogar um estadual para que possam trocar de clube depois e disputar um Campeonato Brasileiro que seja da Série D ou da Série A, e por isso a gente tem algumas surpresas, no regulamento de semifinal final, alguns clubes de menor expressão fazendo boas campanhas e brigando de igual pra igual com os times de massa do Rio.”
Fonte: Supervasco