Em entrevista à Super Rádio Brasil, o goleiro vascaíno Fernando Prass fala sobre ser considerado ídolo no Vasco da Gama.
Qual o estágio de idolatria que você acredita já ter atingido?
“É difícil a gente analisar, de fora as pessoas tem uma noção mais exata do que acontece, a gente que tá vivendo a situação não tem uma noção exata. Mas eu já to a um bom tempo no clube, falei desde o começo que cheguei aqui e fui questionado sobre isso, falei que precisava de várias coisas pra se tornar ídolo, que era tempo de casa, sequência de jogos, títulos e eu acho que eu to conseguindo devagarzinho essas três coisas, to indo pra 200 jogos, tem o título da Copa do Brasil, do Brasileiro Série B, vou pra 4 anos de clube, acho que fazia tempo que um goleiro não ficava, até mesmo jogadores de linha que não ficavam tanto tempo no clube. E eu tive uma prova disso também durante as férias, agora eu estive em Buenos Aires e no Uruguai também e torcedores do Vasco, mesmo nesses lugares, me parabenizando. O tempo que eu passei em Santa Catarina também foi incrível, a mudança que teve, até em relação ao passado, o título da Copa do Brasil acho que fortaleceu muito nossa relação com a torcida e em Santa Catarina o reconhecimento é muito grande, as pessoas paravam na rua pra tirar foto, pedir autografo e parabenizar pelo ano que a gente teve e por todas as dificuldades que a gente passou. Acho que ídolo, na minha opinião, que é muito particular, ídolo pra mim no Vasco hoje e eu tenho como referência são Carlos Germano, Felipe, Juninho, e se for analisar a situação deles, o que eles conquistaram, ainda não dá pra se comparar. Precisa de mais tempo, mais títulos, e mais títulos importantes pra realmente ser um verdadeiro ídolo, porque hoje em dia, muitas vezes o cara joga 6 meses, um ano no clube e a gente vê todo mundo já rotulando como ídolo e eu acho que ídolo é uma coisa muito forte e tem que ser tratada com muito cuidado.”
Então se falta alguma coisa pra você chegar no nível de um Carlos Germano dentro do Vasco 2012 pode ser esse ano, de se firmar definitivamente como um dos principais nomes da história?
“É complicado chegar porque o Germano, 10 anos de clube, 680 jogos se eu não me engano, o Germano foi goleiro de Seleção Brasileira, vice campeão do mundo e campeão da Libertadores né. Eu tenho a chance esse ano de disputar a Libertadores, a gente sabe que é uma competição que vai ser dificílima, um exemplo são os clubes brasileiros que estão na disputa e são muito fortes. Os argentinos estão crescendo de novo, tem os chilenos, então vai ser uma Libertadores muito difícil, mas dentre tantos clubes que tem chance de vencer, o Vasco está entre eles.”
Você e o Dedé foram os jogadores mais assediados nessa chegada. O que você acha que leva o torcedor a isso, a ter você e o Dedé especificamente, acha que tem uma carência específica do torcedor ou não, você vê um carisma específico de vocês dois com o torcedor, como você descreve isso?
“O Dedé hoje é jogador de Seleção Brasileira, e isso por si só já é um diferencial, e eu, eu sinto muito essa empatia em relação às crianças, eu acho que, de repente por ser goleiro, por estar toda hora pulando, na cabeça deles fazendo bagunça, se sujando, é o único que usa roupa diferente, tá todo mundo igual e é o que tá com roupa diferente, então acho que isso também chama um pouco a atenção das crianças, até por isso, quando cheguei aqui também notei, tinha umas 3 ou 4 crianças com a minha camisa, então acho que é um pouco por esse lado também. Claro, eu to fazendo um bom trabalho dentro de campo, fui o capitão na conquista da Copa do Brasil, o primeiro goleiro capitão em 113 anos de história a levantar uma taça, então acho que tudo isso somado ao que eu falei dessa mística que tem do goleiro, atrai as crianças.”
Fonte: Supervasco