Há 11 anos sem disputar uma Libertadores, o Vasco tratou de novamente se familiarizar com a competição. Para isso, agregou às suas tradições portuguesas influências espanholas, traduzidas nas três peças que compõem a armada gringa na Colina. Com o equatoriano Carlos Tenório e os argentinos Matías Abelairas e Chaparro, o clube tem agora em seu plantel a legião castelhana.
Juntos praticamente 24 horas, os jogadores já iniciaram o intercâmbio cultural, algo que vêm rendendo situações inusitadas, como o zagueiro Renato Silva que, mesmo sem saber falar espanhol, se candidata quase sempre para ser o porta-voz da “ala brasileira” do elenco.
– O meu está ruim, só “tranquilo”, “como estás”... Mas o nosso tradutor é o Renatão (Renato Silva). Ele que está comandando aí. O engraçado é ele falando. Ele já estava conversando com o Tenório, falando para ele correr para lá e depois “acá” (risos). Temos que aprender com o Renato, com o dicionário dele – se diverte o lateral-direito Fagner, supondo que os gringos entendem o que o defensor tenta passar:
– Pelo jeito que todo mundo ri, devem entender. Não sei se entendem, se levam na brincadeira... Mas que é engraçado, é (risos).
Carioca típico, Felipe vem sendo muito útil aos hermanos no quesito futevôlei. O esporte tradicionalmente brasileiro vem causando muita curiosidade e o meia é uma espécie de professor, tanto que Tenório já pediu umas aulas:
– Ô, Felipe! Depois você tem que me ensinar como joga isso daí – disse o equatoriano, enquanto passava pela quadra de areia.
Por outro lado, o “dançarino” Fellipe Bastos já acena com a possibilidade de ensaiar um tango:
– Vou combinar com o Matías (Abelairas) e o Chaparro de fazer uma dancinha (risos) – avisou.
Fisiologista é o porta-voz
O fisiologista Daniel Gonçalves vem sendo o intermediário da comissão técnica do Vasco com os estrangeiros. Como fala espanhol, ele vem acompanhando os jogadores de perto diariamente e costuma passar as instruções do técnico Cristovão Borges e do preparador físico Rodrigo Poletto.
Primeiro a chegar este ano, o argentino Matías Abelairas vem se entrosando rápido com o grupo vascaíno. Mesmo sem falar português ainda, vem sendo ajudado pelo seu compatriota Chaparro, o “Chapa”, como é chamado pelos companheiros.
De acordo com a psicóloga Maria Helena, a adaptação dos argentinos vem sendo ótima e mais rápida que o esperado.
Situação dos "gringos" do Vasco
Matías Abelairas
Situação atual
O meia argentino chegou com contrato de empréstimo um ano com o clube. O jogador precisa recuperar o ritmo de jogo, já que não atua há seis meses em uma partida oficial.
Principal desafio
Abelairas precisará batalhar para conquistar uma vaga na equipe, já que em setor há muitos jogadores. Porém, seu trunfo é a possibilidade de jogar mais a frente ou como volante.
Carlos Tenório
Situação atual
Tenório chega para um setor tido como prioridade pela diretoria e vai disputar vaga na equipe titular com Alecsandro. A seu favor, o equatoriano tem a experiência e o costume a torneios internacionais.
Principal desafio
O atacante terá de mostrar que os anos no futebol do Qatar e Emirados Árabes não o fizeram perder o ritmo de jogo da América do Sul e, principalmente, fazer gols para cair nas graças da torcida.
Leandro Chaparro
Situação atual
Promessa do San Lorenzo (ARG), chegou em fevereiro do ano passado e, até o momento, teve poucas chances na equipe principal. Jogou quando os titulares foram poupados.
Principal desafio
Meia canhoto, terá de mostrar habilidade para ganhar uma chance no time, já que em sua posição há também Felipe. Porém, poderá ser utilizado no Campeonato Carioca.
Fonte: Lancenet