Até Juninho chegar a Atibaia, Bernardo estava entre os titulares em todos os coletivos da pré-temporada. O capitão do time apareceu, mostrou boa forma física e ontem, pela primeira vez, fez o companheiro vestir o colete preto dos reservas. Nada que preocupe o camisa 31 do Vasco. A reserva não o assusta mais. A segurança vem da artilharia da equipe na temporada passada, da certeza de que deixou de ser uma promessa e no contrato assinado com o clube até 2014.
— É um momento inesquecível, apesar de ter acertado tudo em cima da hora, agora sou do clube. Fui feliz ano passado aqui, ganhei o carinho de todos no Vasco e da torcida — disse o meia, que só teve sua situação definida praticamente no dia que se encerrava o contrato de empréstimo com o Vasco junto ao Cruzeiro.
Quando foi contratado pelo clube no início do ano passado, Bernardo não foi alardeado, nem apresentado à imprensa. O vínculo era por empréstimo de um ano com opção de compra caso desse certo. A desconfiança vinha por ser eterna promessa com problemas disciplinares nos clubes pelos quais passou. Mas deu certo. Marcou 18 gols, mesmo sendo reser va em mais da metade das 57 partidas que jogou. Aos 21 anos, viveu a experiência inédita de terminar uma temporada como artilheiro de um time.
— Podia até ter feito mais. Perdi gols, pênaltis. Dava para chegar aos 25 — brincou Bernardo.
A meta deste ano, ele prefere não contar para evitar expectativas dele e da torcida. Mas tentará cumpri-la.
— Quero é poder jogar para que os gols saíam naturalmente — declarou Bernardo, que demonstrou paciência com as mudanças de Cristóvão na equipe. — Ele sempre está mudando o time, é o começo do trabalho. Espero fazer minha parte e conquistar espaço.