Sem Caetano, trio Freitas-Rocha-Mandarino ganha força no Vasco

Sexta-feira, 13/01/2012 - 11:44

A frase foi dita pelo presidente Roberto Dinamite na apresentação do lateral-esquerdo Thiago Feltri:

- O Vasco é uma equipe e deve trabalhar em equipe também nos bastidores. Não tem eu.

Nesse dia, o mandatário também anunciou que Daniel Freitas seguiria coordenando o departamento de futebol. As declarações dadas nessa entrevista coletiva mostram a nova mentalidade na Colina. Com a saída do diretor executivo Rodrigo Caetano, o time não tem mais uma cara conhecida do grande público e, com isso, outras pessoas ganham importância.

A começar, claro, pelo próprio Daniel. Até então supervisor, o profissional era conhecido apenas internamente. Com a saída de Rodrigo, passou o ser o homem que negocia diretamente as contratações, conseguindo ficar mais reconhecido em um mercado em que já planejava ingressar. Além dele, o vice-presidente de futebol José Hamilton Mandarino também teve sua responsabilidade aumentada, já que precisa estar mais próximo do futebol nesse início de Daniel.

Completa a lista de homens fortes do presidente o vice de finanças Nelson Rocha. Com um cargo que por si só já lhe traz grandes responsabilidades, Nelson tem sido figura muito presente no futebol do Vasco. Inclusive, tem ajudado nas negociações. Sua importância é tanta, que esteve nas apresentações dos últimos jogadores contratados.

- Dou o direito de todos se expressarem. A decisão final vai ser dada pelo Daniel, mas vamos continuar tendo uma comissão no departamento de futebol, como era antes. O Vasco não é só o Daniel, é uma equipe que vinha trabalhando anteriormente. Não enxergo essa coisa de homem-forte do futebol. O Vasco tinha um diretor executivo, mas tinha uma comissão. Aposto muito mais em um trabalho coletivo de uma comissão que exerceu muito bem seu papel. O Vasco vai dar continuidade a isso: ao trabalho de equipe - disse Dinamite.

A descentralização das decisões e negociações no futebol, entretanto, carrega junto uma questão importante: a discussão sobre os passos a serem tomados. Por um lado, proporciona um trabalho em equipe fazendo com que mais ideias brotem, mas por outro pode gerar choques de convicções. Isso aconteceu, por exemplo, antes de Daniel ser efetivado como diretor executivo. O presidente Roberto Dinamite, muito mais presente nas decisões do futebol, queria a contratação de Ocimar Bolicenho para o lugar de Rodrigo Caetano, enquanto Mandarino preferia Newton Drummond. A recusa do primeiro e a multa rescisória do segundo fizeram o Vasco desistir de ambos e seguir com Daniel Freitas.

- O Roberto quer fazer um trabalho coletivo, e todos temos participado. Eu já participava antes, mas muitas vezes estava nos bastidores. A estrutura não mudou, mas estamos todos mais próximos do futebol. Antes, você tinha a figura de uma pessoa que transmitia as informações. O presidente quer “desestigmatizar” essa imagem de que só um decide. Antes aparecia o Rodrigo Caetano, mas a decisão era coletiva. Ele (Roberto Dinamite) quer deixar claro que não é um só que faz, são todos. O sucesso não é de um só, assim como os problemas também não. O modelo é o mesmo, mas em vez de ter tudo simbolizado em uma pessoa, você mostra que todos estão participando do processo - explica o vice de finanças Nelson Rocha.

O grupo vai continuar trabalhando junto para tentar buscar as duas últimas contratações de que o time precisa. Além de um atacante, o clube busca mais um lateral-esquerdo, já que tem apenas Thiago Feltri para a posição - Jumar pode ser improvisado no setor, mas é volante de origem.

Fonte: GloboEsporte.com