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Procurador-chefe do STJD classifica denúncia de Gutemberg como 'covarde'
Quarta-feira, 11/01/2012 - 08:03
O procurador-chefe do STJD (Superior Tribunal de Justiça Desportiva), Paulo Schmitt, classificou de "covarde" e "com pouca credibilidade" a denúncia do ex-árbitro Gutemberg de Paula Fonseca contra o presidente da Comissão de Arbitragem da CBF, Sérgio Corrêa.
"O que tira credibilidade é que ele só fez as acusações depois de perder o escudo de árbitro da Fifa", afirmou Schmitt à Folha, por telefone. "E, de forma covarde, aposentou-se depois, o que torna inócua qualquer pena que receber na esfera desportiva."
Fonseca, 38, ex-árbitro da federação do Rio, acusou Corrêa de corrupção e insinuou ter recebido ordens do dirigente para favorecer o Corinthians no Brasileiro de 2010.
"Ele inventou que, quando o árbitro é escalado, deve ligar para ele e receber recomendações", disse Fonseca à rádio Jovem Pan, na noite de sexta-feira. O ex-juiz afirmou ainda ter "tudo fundamentado e documentado".
Assim que soube das declarações de Fonseca, na mesma sexta, Corrêa enviou e-mail a Schmitt com um pedido para que o procurador investigasse o caso.
Schmitt então entrou em contato com o presidente do STJD, Rubens Aprobato Machado, pedindo que um inquérito fosse aberto.
"Vamos apurar o que ele falou, são denúncias graves, acusações de crimes. Se ele diz ter um dossiê de mil páginas contra o Sérgio Corrêa, vai ter que mostrar."
O ex-árbitro não foi localizado pela reportagem ontem.
A próxima sessão do STJD será realizada no dia 19 de janeiro, porém não há certeza de que as denúncias de Fonseca serão julgadas.
"É uma sessão extraordinária, para julgar processos pendentes do ano passado, não sei se vamos conseguir tratar do caso", disse Schmitt.
Fonseca foi sacado do quadro de árbitros da Fifa na semana passada, dias antes de disparar contra Corrêa, que é o responsável pelas indicações do país à federação.
O árbitro estava no quadro da entidade máxima havia um ano, quando havia substituído Péricles Bassols -que agora retomou o posto.
A última partida apitada por Fonseca foi a decisão da Copa Rio (competição sem os grandes times do Estado), disputada entre Friburguense e Madureira no dia 26 de novembro do ano passado.
CIVIL E CRIMINAL
Carlos Eugênio Lopes, advogado da CBF, afirmou que vai entrar com ações judiciais nas esferas civil e criminal contra Fonseca.
"O Sérgio [Corrêa] está em férias no interior de São Paulo. Assim que ele voltar das férias, no dia 12 [quinta-feira], vamos conversar sobre o assunto", disse Lopes ontem.
"Vamos pedir reparação por dano moral, injúria e calúnia", disse ainda o advogado da confederação. Corrêa não foi localizado ontem.
Fonte: Folha de São Paulo