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Vasco propôs a Ricardo Gomes ser o novo diretor-executivo, diz colunista
Segunda-feira, 26/12/2011 - 11:22
Desde 1992, Roberto Dinamite é um político.
Primeiro vereador e depois deputado estadual, com quatro reeleições.
Ele aprendeu a manipular pessoas e situações.
Por isso, fez nascer um movimento que toma conta do Vasco.
Colocar Ricardo Gomes como diretor-executivo de futebol.
Com essa jogada, Dinamite resolve dois problemas sérios em São Januário.
O primeiro é a saída do melhor dirigente do Rio de Janeiro: Rodrigo Caetano.
Dinamite sabe que foi ele quem planejou e executou a revolução vascaína.
Levou profissionalismo ao clube.
Fez com que se estruturasse para a campanha maravilhosa de 2011.
Conseguiu jogadores importantes a preço de banana.
Graças ao seu ótimo trânsito em vários clubes.
Buscou veteranos, como Juninho Pernambucano e Felipe.
E atletas com potencial, mas desacreditados, como Diego Souza e Éder Luís.
Apresentou inúmeras soluções a Dinamite.
Só que se tornou grande demais.
A ponto de cobrar publicamente investimentos prometidos pelo presidente.
Na base para formar novas equipes e frear a vontade consumista vascaína de comprar jogadores.
E, principalmente, no time que disputará a Libertadores de 2012, depois de onze anos de ausência.
Só que ouviu de Dinamite que ele não poderia cumprir o que havia prometido.
Não haveria tanto dinheiro para revolucionar a base.
E muito menos para a busca de grandes reforços.
Se o Vasco havia vencido a Copa do Brasil, chegado a vice do Brasileiro e quarto da Copa Sul-Americana...
Tudo está bom demais, de acordo com o presidente.
Rodrigo Caetano não concordou com o recuo, discutiu com Dinamite e saiu do clube.
A baixa foi sentida em todos os setores.
Desde jogadores até funcionários do clube.
Até a imprensa que cobre o dia a dia em São Januário.
Dinamite percebeu que teria de colocar uma pessoa com grande representatividade para afastar o fantasma de Rodrigo Caetano.
Foi quando surgiu a ideia de Ricardo Gomes.
O treinador está na fase final da recuperação do grave AVC que sofreu.
Os médicos que o atenderam acreditam estar sendo um sucesso a recuperação.
Ele teve uma importante hemorragia no cérebro.
Seu lado esquerdo ficou paralisado.
E passou a ter dificuldades na fala.
Mas seu organismo superou esse violento trauma.
Ele quer voltar a trabalhar o mais rápido possível.
Deseja reassumir a equipe.
Só que a família, os médicos e, principalmente, a direção vascaína estão preocupados.
Ninguém sabe a fundo como será o futuro de Ricardo Gomes à beira do gramado.
Ele já havia sofrido um AVC no São Paulo.
Recuperou-se e os médicos o liberaram a voltar a trabalhar como treinador.
Com a ressalva de que não sabiam se poderia ter outro AVC ou não.
Infelizmente, parece ser uma tendência genética de Ricardo Gomes.
E foi o que aconteceu no Vasco.
Colocar Ricardo na vaga de Rodrigo Caetano seria uma saída política de Roberto Dinamite.
Não exporia o treinador ao trauma de uma temporada de extrema pressão e cobrança.
Com Campeonato Carioca disputado junto com a Libertadores, por exemplo.
Daria força a Cristóvão, auxiliar de Ricardo, que fez excelente trabalho.
E ainda o teria no futebol, com menos risco, com menor exigência.
Dinamite tem o argumento que seria o 'primeiro passo' da volta.
Se a saúde de Ricardo Gomes se mantiver estável, poderá retornar a trabalhar como treinador no futuro.
Ricardo tem vivência no futebol europeu e uma ótima visão do futebol como um todo.
Seu perfil se encaixa ao de um dirigente moderno.
Com a vantagem para a diretoria, que é muito mais tolerante do que Rodrigo Caetano.
Político profissional, Dinamite está amarrando esse acordo.
Situação que conta com o apoio da diretoria e dos jogadores.
Muito mais do que a contratação de Newton Drummond, que trabalhou no Internacional...
A princípio, Ricardo Gomes pediu para pensar.
A resposta sairá em breve.
A ideia parece ótima.
Desta vez, a política pode ajudar o futebol...
Fonte: Blog Cosme Rímoli - R7