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Zagueiro vascaíno que fez pênalti do 1000º gol de Pelé fala sobre o lance


Domingo, 25/12/2011 - 08:15

Maracanã, 19 de novembro de 1969. Aos 32 minutos do segundo tempo, Pelé recebe lançamento de Clodoaldo e, na entrada da grande área, é derrubado por um defensor vascaíno, originando o pênalti que entraria para a história. Na cobrança, o camisa 10 marcou o milésimo gol de sua carreira. Mesmo depois de 42 anos, o zagueiro Fernando Silva ainda reclama do lance, apontando que o juiz da partida entre Vasco e Santos, pelo Torneio Roberto Gomes Pedrosa, o pernambucano Manuel Amaro de Lima errou ao apontar a penalidade.

Morando em Maricá desde 1998, o ex-zagueiro ainda recorda o lance do pênalti e afirma que não derrubou Pelé.

“Foi uma marcação errada. Está lá no DVD do Pelé. A bola foi lançada, ele correu e a perna dele bateu na minha. Foi um lance normal. O juiz tinha que marcar aquele lance, a pressão era para isso”, disse Fernando, que tem uma escolinha de futebol em Inõa, credenciada ao América-RJ.

Carreira - Mineiro de Belo Horizonte, Fernando foi criado em São Paulo, onde começou a jogar pelo Juventus. No ‘Moleque Travesso’, Fernando foi escolhido como revelação do Campeonato Paulista de 1967, sendo convocado para a Seleção Brasileira juvenil, que disputou um torneio em sua terra natal.

Assim, ganhou destaque nacional e foi comprado pelo Vasco, no ano seguinte. “O momento era diferente de hoje em dia. O Vasco pagou ao Juventus e, na hora de pagar a minha parte, não tinha mais dinheiro. Por isso me deu um Karmanguia, o melhor carro da época”, lembrou.

Em dois anos em São Januário, Fernando foi vice-campeão Carioca em 1968. Dois anos depois, acabou se desentendendo com um técnico e foi trocado pelo atacante Dé, que jogava no Bangu.

O ex-defensor não ficou muito tempo no time do bicheiro Castor de Andrade. Em 1971, foi vendido para o Vitória. Os primeiros dias em Salvador não foram fáceis. “Era tudo diferente. Estava acostumado com as coisas certinhas no Vasco e, quando cheguei ao Vitória, as coisas não eram tão organizadas. Pedi para voltar para o Bangu, mas o Castor disse que eu já estava vendido e não tinha mais volta”.

Porém, as dificuldades passaram e Fernando foi campeão baiano pelo Rubro-Negro. Em 1974, o ex-zagueiro foi defender o arqui-rival Bahia. “A rivalidade era muito grande, mas consegui jogar nos dois clubes”, disse Fernando que foi bicampeão baiano pelo Tricolor, em 1974 e 76.

Antes de encerrar a carreira, Fernando ainda jogou no Fluminense de Feira de Santana e no Leôncio.

Aposentado, o ex-zagueiro fez um curso de corretor imobiliário e começou a trabalhar na área em Salvador.

Em 1988, Fernando ainda voltou ao futebol profissional para ser auxiliar técnico do amigo Mário Sérgio.

Desde 1998 Fernando mora em Maricá, onde comanda uma escolinha de futebol. Esse ano, a sua equipe foi campeã do Campeonato de base de Maricá, nas categorias Mirim e Infantil.




Fonte: O São Gonçalo Online