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Nelson Rocha diz que política de contratações deve ser sem 'loucuras'
Sexta-feira, 23/12/2011 - 09:26
Crescimento estrutural, resgate da credibilidade com patrocinadores, título da Copa do Brasil e, agora, visibilidade garantida pela Libertadores 2012. Nada disso tem sido suficiente para que o Vasco consiga se impor nas negociações e adquirir, com recursos próprios, os reforços necessários para compor o grupo à maneira que a comissão técnica quer. A compra do meia Bernardo, sozinha, ocupará uma fatia substancial do caixa limitado na Colina. No mais, as apostas são empréstimos na base da conversa, repasse de parte de jogadores da base e planos de projeção para sul-americanos "escondidos" em mercados menos acessíveis para os europeus.
O caso do xodó da torcida, apesar do silêncio nos últimos dias, vai ser resolvido no dia 31, garante a diretoria. Por se tratar de uma promessa de 20 anos, já identificada com a camisa, o uso de R$ 3,5 milhões à vista por 50% dos direitos econômicos que pertencem ao Cruzeiro são considerados justos pelos dirigentes. Nas transações que podem exigir compensação financeira maior, o que resta é buscar financiamentos. Vice de finanças do clube, Nelson Rocha lembra que em 2011 a política adotada deu certo.
- Entre os jogadores que trouxemos, basicamente só o Diego Souza custou ao Vasco, pelo que me lembro, e ainda assim o pagamento foi parcelado. Tudo é o modo como se negocia e onde se aposta. Mudamos da água para o vinho em relação ao que recebemos como gestão em 2008, mas ainda atravessamos dificuldades. Há cotas de TV comprometidas e dívidas a pagar. A política deve ser a mesma: a de não fazer loucuras e enxergar as oportunidades. A rigor, devemos trabalhar mais com financiamentos eventuais - comentou o dirigente, referindo-se aos cerca de R$ 1 milhão investidos pelo camisa 10, que rescindiu com o Atlético-MG, em março.
Porém, houve também a vinda de Alecsandro em cenário semelhante: o time carioca tirou o jogador do Inter por cerca de R$ 2 milhões e ignorou a segunda parcela que os gaúchos pagariam por Zé Roberto, que fizera o caminho contrário meses antes. E um detalhe importante une os casos: ambos vieram com a temporada já iniciada, ou seja, foram contratações de emergência para os setores. Ou seja, naquela época, barganhar e aguardar, como agora está sendo feito, com calma, não era mais possível.
Jogadores como Anderson Martins (trazido pela Traffic), Julinho (empréstimo), Juninho (fim de contrato no Qatar), Bernardo (empréstimo sem custo) e Kim (rescisão contratual) foram formando o elenco como alternativas viáveis. O objetivo era, pontualmente, achar o mesmo caminho para 2012, com o zagueiro Rodolfo e o lateral Kleber, por exemplo, que, ainda que tenham um nome forte, a princípio não vão onerar os cofres do clube. Mas o mercado parece cada vez menos propenso a quem arrisca pouco. De qualquer modo, sequer é cogitado na Colina se apoiar no marketing e oferecer salários astronômicos.
- Para ter times competitivos a longo prazo, é preciso equilibrar as finanças para ter algum dinheiro quando for preciso - ensinou Rocha, revelando que um grupo de vascaínos, capitaneado pelo empresário Olavo Monteiro de Carvalho, está a postos para auxiliar.
Superávit e receitas pró-Libertadores
O Vasco celebra o fato de poder apresentar um balanço superavitário em R$ 126 millhões ao Conselho Fiscal, no primeiro semestre de 2012. E projeta ganhos de 40% a mais com parcerias. A Eletrobrás, cuja liberação de verbas é sempre complicada, teria aumento anual. O clube conversa com três empresas para ter uma marca fixa na barra da camisa e espera pela resposta da BMG quanto à renovação do compromisso na manga. Pela exposição na Libertadores, os números também crescerão.
Fonte: GloboEsporte.com