Tamanho da letra:
|

Ex-Vasco, Muriqui cogita virar 'Muliqui' e defender Seleção da China


Quinta-feira, 22/12/2011 - 12:12

Se a pergunta é: qual o melhor jogador brasileiro em atividade na China? A resposta é rápida, Muriqui. Bem sucedido e popular no país, o atacante, ex-Vasco e Atlético-MG, foi o grande nome da campanha do Guangzou Evergrande, time que também conta com o ex-tricolor Conca, na conquista do título nacional na temporada 2011, terminando na artilharia do campeonato local com 16 gols. Por conta dessa bom desempenho, ele vem sendo alvo de muitas especulações neste final de ano. Mas uma coisa é certa, uma proposta em especial pode mudar de vez os rumos da carreira do jogador e se enganam aqueles que neste momento estão pensando no Botafogo. Em um futuro bem próximo, Muriqui pode passar a atender pelo nome de "Muliqui", em bom mandarim. O motivo? a possibilidade de se naturalizar cidadão chinês e defender a seleção local.

- Fiz uma boa temporada esse ano e meu objetivo agora é dar continuidade. Surgiram algumas coisas em jornais locais sobre a questão da naturalização, mas até agora ficou tudo somente na especulação. Isso é uma coisa que tem que ser pensada, não é algo que se resolve do dia para noite, mas se pintar a proposta oficial, eu até toparia. Seria algo bem legal. O futebol chinês está crescendo muito ultimamente - afirmou Muriqui em entrevista ao GLOBOESPORTE.COM, no Rio de Janeiro, onde o jogador passa férias.

Apesar das sondagens de alguns clubes brasileiros, o atacante, que tem vínculo com o clube até 2014, já tem proposta para estender sua renovação com o time por mais cinco anos. Muriqui possui uma multa rescisória em torno de U$ 5,5 milhões (cerca de R$ 10 milhões).

- Foi uma temporada muito boa e tenho vínculo com o Guangzhou Evergrande até 2014. E já me apresentaram uma proposta para renovar, mas eles não chegaram aos valores que eu queria e por isso a renovação não foi acertada ainda. Quanto ao Botafogo, fico muito feliz em saber que o clube está interessado no meu futebol, afinal trata-se de um time tradicional do futebol brasileiro e também de reconhecimento ao meu trabalho, mas isso eu deixo para o meu empresário resolver. Não descarto jogar no Botafogo - ressaltou o atleta de 25 anos.

Feliz com todo o reconhecimento, Muriqui também protagoniza ações de marketing de seu clube e se diz feliz com as constantes homenagens que recebe nos estádios. Depois de conseguir grande sucesso com a venda de máscaras que reproduziam o rosto do jogador brasileiro, o clube chinês fez do atleta a inspiração para criar um boneco em miniatura.

O Guangzhou Evergrande é bancado pelo quarto homem mais rico da China, Xu Jiayin, dono da construtora Evergrande, que vem fazendo um investimento acima da média para o esporte do país.

O poderio econômico da China, uma das cinco nações consideradas emergentes ao lado de Brasil, Rússia, Índia e África do Sul, chama a atenção do mundo. Mas esse crescimento não se limita apenas ao setor financeiro, se relaciona com outras áreas e abre novas perspectivas para o futebol do país.

- O futebol chinês está crescendo bastante, recebendo muitos investimentos e isso é muito bom. O Anelka, por exemplo, foi contratado agora pelo Shanghai Shenhua e o antigo Shenzhen, que vai agora vai virar Guangzhou Phoenix, foi comprado pelo amigo do dono do meu clube e vai dar uma força ainda maior ao futebol chinês - contou Muriqui.

Sofrendo com a comida chinesa

Assim que chegou à China, o jogador teve uma experiência um tanto quanto inusitada. Muriqui foi jantar com o presidente de seu clube em um restaurante típico e para sua surpresa se deparou com uma iguaria bem extravagante.

- A comida ficava numa tábua, rodando, e tinha um frango cru lá. Quando o frango passava por mim dava vontade de vomitar. Eu tinha que virar o rosto para o lado para não ver aquilo - lembrou.

Carinho com o Avaí

No Guangzou Evergrande, além de Conca, Muriqui conta com a companhia de mais dois jogadores brasileiros: o zagueiro Paulão, ex-Grêmio, e o atacante Cléo, que atuava na Sérvia e tem uma vida bem sucedida na China. No entanto, o jogador não esquece de um clube que foi muito importante em sua carreira e que até hoje guarda um carinho especial.

- Tive duas grandes passagens pelo Avaí, que foi o divisor de águas da minha carreira. Em 2007, o time infelizmente lutou para não cair, mas foi, em 2009, que pude realmente mostrar meu valor e sou muito grato a todos. Um dia, ainda voltarei de defender o Avaí. O trabalho que eu realizei no clube e depois no Atlético-MG é que me deram um certo reconhecimento e deixaram as portas abertas no futebol brasileiro - concluiu o jogador.

Fonte: GloboEsporte.com