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Futsal: Vasco tenta parceria para voltar a disputar a Liga Nacional


Segunda-feira, 19/12/2011 - 11:09

O título do Santos na Liga Futsal serviu para recolocar em prática uma tradição que andava em baixa no futsal brasileiro. Desde 2000 - quando o Vasco ficou com o título - que a principal competição nacional não tinha um clube de massa como campeão. A conquista do Peixe pode servir como ponto de partida para uma nova era, já que alguns grandes clubes demonstraram interesse em retomarem seus times de futsal em 2012.

Campeão da Liga, em 1996, e do Mundial de Clubes, em 1997, o Internacional é quem está com o projeto mais adiantado. Com o objetivo de retornar aos torneios já no próximo ano, o Colorado anunciará em breve o seu retorno às quadras. O clube gaúcho, no entanto, guarda o projeto a sete chaves. O grande sonho de todos no Beira Rio é contar com o astro Falcão, em 2012.

O craque tem contrato com o Santos até o fim da próxima temporada, mas a debandada da equipe da Vila Belmiro e a dificuldade do clube em conseguir um novo patrocinador poderão levar o camisa 12 a vestir a camisa colorada.

No Rio, Vasco e Flamengo buscam parceiros para montarem fortes times de futsal para o próximo ano. Campeão estadual, o Botafogo também luta para conseguir mais espaço na próxima temporada. O time de General Severiano possui uma parceria com o clube Casa de España, mantendo equipes em praticamente todas as categorias.

O Vasco também vem investindo muito na base. Campeão da Liga Futsal em 2000, o time de São Januário vem conversando com algumas empresas interessadas em serem parceiras do futsal. A meta é voltar a disputar as principais competições nacionais o quanto antes. O técnico Fernando Malafaia, que comandou o Umuarama na última temporada, já acertou as bases salariais com o Cruzmaltino e deve ser anunciado em breve.

- O sonho de voltar à Liga é real. Temos uma grande marca no futsal, pois somos o único clube carioca a ter conquistado este troféu. Ver o sucesso de Santos e Corinthians em 2011 nos dá mais força ainda para voltar. Para isso, estamos viabilizando um novo parceiro e esperamos que ele seja anunciado assim que possível - comentou o supervisor de futsal do Vasco, José Bordallo Neto, que não deixa de fazer uma ligação com o futebol de campo.

- O Vasco hoje é um clube em evidência, motivada pelo grande ano que tivemos no futebol. Alia-se a isso a ótima estrutura que temos para o futsal. Enfim, estamos no caminho para voltarmos com força total - completou.


O multicampeão Vasco dos anos 2000 é tido como um dos times mais fortes da história


O Flamengo vive situação parecida. O clube também vem conversando com algumas empresas - e até prefeituras - interessadas em serem parceiros do futsal. O grande sonho rubro-negro é contar com Falcão. Entretanto, a alta multa recisória com o Santos é um grande entrave.

- Nosso intuito é contar com um expoente na modalidade. Existe uma vontade enorme em termos o Falcão conosco, mas sabemos que é muito difícil. Além da multa recisória, pesa o fato de ele ser uma pessoa muito ética, o que torna mais complicada uma negociação antes do fim do contrato. O Falcão é um nome, mas podemos buscar outras estrelas caso não seja possível a vinda dele - revelou o diretor de futsal do Flamengo, Frederico Flexa.

Apesar da negociação com algumas empresas, o dirigente prefere não abrir o jogo sobre o andamento das conversas. Ele ressalta, porém, que a história do clube em atrair destaques de diversas modalidades pode ser um facilitador nas negociações.

- Grandes marcas sempre buscam associação a grandes clubes. O Flamengo sempre foi um celeiro de ídolos em todos os esportes, como é hoje, com o Cesar Cielo, a Fabiana Beltrame e o João Gabriel Schlittler. Isso tudo é um ponto ao nosso favor - destacou Flexa.

Inter e Atlético-MG foram os precursores

Internacional e Atlético-MG foram os primeiros clubes de massa que investiram pesado em futsal. Comandado por Ortiz - hoje funcionário das divisões de base do clube - o Colorado sagrou-se campeão da Liga Futsal em 1996. No ano seguinte, viria a coroação do projeto com a conquista do Mundial de Clubes. Na final, no Gigantinho, o Inter bateu ninguém menos que o Barcelona: 4 a 2.

Em 1997, quem entrava para o cenário do futsal era o Atlético-MG. Liderado por Vander Carioca, o Galo bateu o Banespa na decisão. Em 1999, o time mineiro voltaria a levantar o troféu, contando com um dos melhores times de todos os tempos, onde o consagrado Manoel Tobias dividia as atenções com o então jovem Falcão. O título foi conquistado sobre o Rio de Janeiro.

Um ano depois foi a vez do Vasco entrar para a galeria dos grandes campeões do futsal. Com um elenco recheado de craques, o time da Colina faturou cinco dos seis títulos que disputou na temporada. A espinha dorsal da equipe era formada pelos goleiros Alexandre, Leandro e Lavoisier, pelos fixos Schumacher, André e Alécio, pelos alas Manoel Tobias, Seco e Cacau e pelos pivôs Marquinhos, Índio, Euller e Simi.

Um dos ícones daquela época, Schumacher deixou o Vasco no fim de 2000, quando transferiu-se para o Inter Movistar, da Espanha, onde atua até hoje. Com um carinho especial pelo clube carioca, ele diz que aquele foi o melhor momento de sua vida.

- Até hoje fico revendo os vídeos da final da Liga Futsal 2000, quando derrotamos o Atlético-MG com o Maracanãzinho lotado. Aquela imagem da torcida invadindo a quadra para festejar com a gente está na minha mente até hoje. Costumo mostrar o vídeo daquele jogo a uns companheiros daqui da Espanha e eles ficam impressionados com o calor da torcida. É por isso que digo que é muito importante termos clubes de massa no futsal - ressaltou Schumacher.

Aos 36 anos, ele tem mais um ano de contrato com o time espanhol. Terminado o vínculo, o destino do jogador deve ser o Brasil. Pelo menos se depender da sua vontade.

- Depois de ver a final da Liga Futsal, entre Santos e Carlos Barbosa, fiquei com muita vontade de voltar. Parecia que eu estava me vendo ali, ganhando o título pelo Vasco - afirmou ele, que explicou o porquê de muitos atletas trocarem o Brasil pela Europa.

- Aqui, a qualidade de vida é melhor e o ritmo de trabalho é menos intenso. Jogamos cerca de 50 jogos por ano e isso é muito bom para termos uma carreira mais longa. O Bateria (ex-Joinville), por exemplo, tem 21 anos e chegou ao Inter esse ano cheio de contusões, por conta do desgaste excessivo no Brasil. Esse grande número de jogos é algo que tem que ser revisto para a melhoria do futsal brasileiro - finalizou Schumacher.

Fonte: Sportv.com