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Alex Dias: 'Foi maravilhoso jogar no Vasco'


Quinta-feira, 15/12/2011 - 15:45

No dia 30 de junho de 2007, o experiente Alex Dias fazia um gol histórico. No clássico contra o Botafogo, o então atacante do Fluminense abriu o placar aos 27 minutos do primeiro tempo após driblar o goleiro Júlio César e balançar as redes quase em ângulo. Era o primeiro gol da história do Estádio Olímpico João Havelange, popularmente batizado como Engenhão. Pelo feito, Alex foi presenteado com o Troféu Valdir Pereira, uma homenagem a Didi, autor do primeiro gol do Maracanã.

Quatro anos e meio depois, o atacante se dedicava aos torneios de showbol, além das peladas e partidas de futevôlei no Rio de Janeiro ao lado de amigos que cultivou no futebol carioca. Porém, um convite da modesta Aparecidense, clube da região metropolitana de Goiânia, fez Alex Dias voltar aos gramados. Aos 39 anos, o jogador disputará mais uma edição do Campeonato Goiano.

Por enquanto, o 'pantaneiro', como é conhecido, pensa apenas nas férias. Alex Dias está no Mato Grosso do Sul, onde nasceu, descansando com a família. Antes de iniciar a preparação para o Goianão 2012, o atacante ainda passará alguns dias no Rio de Janeiro. A apresentação na Aparecidense será dia 26 de dezembro.

- Recebi um convite para voltar ao futebol e acho que tenho capacidade. Sofri apenas uma lesão séria em minha carreira e acredito que preciso apenas de uns dias de preparação física. Quem sabe a gente não se classifica para as semifinais do Estadual?

Futebol carioca

Alex Dias se tornou ídolo de um clube de massa no Brasil já experiente. Aos 33 anos, o jogador fez uma grande temporada no Vasco, ao lado de Romário. Eficiente, o atacante se destacava em São Januário pelos belos gols e pela velocidade. A relação com Romário foi um dos grandes pilares do sucesso e da felicidade do Pantaneiro na Cidade Maravilhosa. Segundo Alex, o início da trajetória na Colina não foi muito simples, mas a adaptação foi rápida.

- Foi maravilhoso jogar no Vasco. Eu tinha muita vontade de me destacar no futebol carioca. No início tive um pouco de dificuldade e nem tinha muito contato com Romário. O Baixinho só aparecia nos coletivos. Mas não demorei para notar a genialidade de Romário. Ele também percebeu que eu era importante. Afinal de contas, contribuí muito para que ele chegasse ao milésimo gol (risos).

Alex Dias fez 19 gols no Campeonato Brasileiro de 2005. Segundo o jogador, a artilharia da competição só não foi dele por causa de uma lesão na coxa, o problema clínico mais grave de sua carreira.

- Deixei o caminho livre para o Baixinho, que foi o goleador do campeonato com 22 gols aos 39 anos – lembrou Alex Dias.

Ainda no futebol carioca, o jogador não repetiu o mesmo sucesso no Fluminense, mas a passagem pelas Laranjeiras não se resumiu apenas ao primeiro gol da história do Engenhão. Alex Dias foi titular do time campeão da Copa do Brasil de 2007, que derrotou o Figueirense na final da competição.

- Infelizmente eu não consegui desempenhar o mesmo futebol no Fluminense, mas considero minha passagem positiva por lá. Acho que consegui dar uma boa contribuição ao Tricolor carioca – comentou Alex.

Sonho realizado

Entre as passagens por Vasco e Fluminense, Alex Dias defendeu o São Paulo, em 2006. O início no Morumbi foi bom. A estreia foi no dia 5 de fevereiro, data em que o Tricolor goleou o Palmeiras por 4 a 2. No entanto, o atacante não conseguiu se firmar como titular. A forte concorrência no então campeão mundial não permitia, segundo Alex, que um jogador fosse titular absoluto do setor ofensivo.

- Era muito difícil. Nenhum atacante conseguia se firmar, porque a qualidade era muito grande. O time tinha Aloísio, Leandro, Ricardo Oliveira e Thiago Ribeiro, que surgiu muito bem. Tínhamos várias competições para disputar. Mas eu não me arrependo. Realizei o sonho de jogar e ser campeão no São Paulo, o clube do meu coração.

Natural de Rio Brilhante (MS), o Pantaneiro não sabe explicar a origem da paixão pelo São Paulo. A mãe, Seila, é corintiana. A filha mais velha, Camile, é flamenguista. O jogador se identificou com o Tricolor Paulista desde criança e revela que tem dois ídolos no futebol.

- Sempre fui fã do Careca. Foi um dos melhores atacantes que eu já vi atuar. Também me tornei fã do Müller. Ele jogava muito.

A origem

Alex Dias costuma dizer que teve quatro grandes momentos em sua carreira.

- Foram eles as passagens pelo Vasco, pelo Saint-Etiene-FRA, pelo Goiás e pelo Remo.

O começo foi no clube paraense, em 1993. Prestes a completar 21 anos, o atacante já pensava em abandonar o sonho de jogar profissionalmente. Porém, com a oportunidade no Remo, o sucesso de Alex Dias não demorou a aparecer. Bicampeão estadual, o atacante foi vendido ao Boavista-POR, mas não se adaptou. O retorno ao Brasil na temporada seguinte deu origem a uma das paixões da vida de Alex Dias: o Goiás.

No Verdão do Centro-Oeste, o jogador marcou gols, conquistou títulos, foi ídolo e ganhou projeção nacional. Ao lado de atletas que jogariam em outros grandes clubes, como Aloísio, Araújo, Dill, Fernandão e Josué, Alex viveu um dos melhores momentos de sua carreira.

- Nós tínhamos uma equipe fantástica. Ficamos em quarto lugar no Campeonato Brasileiro de 1996 e acho que o Goiás iria longe se o time não tivesse sido desfeito nas temporadas seguintes. Devo muita coisa ao Goiás. Foi o clube que me tornou conhecido no Brasil inteiro – disse Alex Dias.

O atacante mantém os laços com o clube esmeraldino até hoje. A relação vai desde contatos rotineiros com pessoas ligadas ao Goiás até partidas de futevôlei na quadra do clube. Alex Dias ainda atuou no Goiás em mais duas oportunidades. Em 2004, foi vice-artilheiro do Brasilerão, com 22 gols. Em 2008, a passagem pelo Verdão foi mais curta. O atacante pretende entrar em forma para encerrar o fim do ano com a realização de mais um sonho.

- Se tudo ocorrer da maneira como estou planejando, quero encerrar a carreira no Goiás este ano. Pretendo fazer um bom Campeonato Goiano. Se eu conseguir, gostaria de ter mais uma oportunidade no Goiás. Quero subir com o time para a Série A – revelou Alex.

O atacante diz ter apenas uma tristeza em sua carreira: o fato de nunca ter jogado pela Seleção Brasileira. Para o jogador, a oportunidade poderia ter sido dada por Vanderlei Luxemburgo.

- Eu fiz grandes temporadas no Saint-Etiene-FRA. Fui eleito duas vezes o melhor estrangeiro da França. Acho que eu poderia ter jogado na Seleção entre 1999 e 2000.




Fonte: GloboEsporte.com